A EDUCAÇÃO PARA ALÉM DO CAPITAL



 MÉZÁROS, Latván .A educação para além do capital. 2. São Paulo: Boitempo, 2008. 

A Educação Para Além do Capital
Atualmente se analisarmos os processos sociais e educacionais, chegamos a conclusão que ambos estão intimamente interligados, sendo assim para que haja uma mudança no paradigma que se encontra nossa educação, temos que fazer uma transformação no quadro social. Porém o senário atual passamos por um processo de reforma tanto social como educacional, decorrente de uma intensa a luta de classes e revogação de melhores condições.
Na realidade o grande problema de utilizar as reformas como meio de transformação, na verdade isso não altera as bases do sistema. Desse modo é incoerente a real ideia de que o capitalismo tem irá mudar , pois temos que mudar a sistêmica capitalista, sendo assim, se limitar a esse ponto é abandonar a transformação social e levantar a bandeira capitalista.
Contudo temos para que haja mudança social temos que romper a logica do capital e se quisermos comtemplar uma educação significativamente diferente isso terá que ser mudado.
De modo geral, vemos uma educação fragmentada, desprezada, ou no mínimo negligenciada, e o seu espirito heroico quase totalmente extinto. Isso se deve ao espirito comercial e seus efeitos denunciados pelo Adam Smith, apontando a busca pelo lucro e o poder através o trabalho.
Na verdade para que esse processo seja revertido o homem tem que sair do seu estado de comodismo e enxergar além da ignorância, que o impede de infligir o processo de sofrimento desnecessário, essa barreira será quebrada, quando humanidade se tornar esclarecida e decidir não mais agir assim, pois inevitavelmente criará sofrimento a si própria.
Para corrigir e colocar ordem a estruturacapitalista se aplica uma utopia liberal reformista, no entanto esta fadada ao fracasso, pois o corpo capitalista e incorrigível.
Consequentemente essa logica incorrigível do capital, exerce tanta influencia que mesmo um reformista social e educacional esclarecido, que honestamente tenta remediar os efeitos alienantes e desumanizantes do poder do dinheiro e da busca do lucro, não escapará dessa condição, pois o capital determina o estado educacional e o comportamento dos indivíduos.
Mediante o contexto atual, podemos notar que a educação institucionalizada, nesse meio é uma ferramenta a mercê do capital, pois há uma apropriação dos conhecimentos, dos quais são aplicadosna maquina produtiva para expansão do sistema, como também na legitimação dos interesse dominantes, assim havendo uma dominação estrutural juntamente com uma subordinação hierárquica que é imposta por meio da educação.
Para confirmar essa colocação é só observar a própria história que é totalmente adulterada e grosseiramente falsificada, pois muitas vezes omite o processo e mostra somente o seu resultado. Então o que deve-se acontecer é  reescrever a história, revelando o que existe por traz do desenvolvimento capitalista.
Nesse ponto Marx desvenda o mistério da exploração e ressalta como era a caracterização devastadora de uma questão vital da historia do capitalismo, a acumulação primitiva, mostrando de forma clara como aconteceu o desenvolvimento do capital, como também aexploração de força de trabalho para alcançar esse fim. Com essa colocação podemos enxergar a verdadeira historia, pois vemos somente o resultado, mas agora o processo foi revelado, porém a burguesia impede que tenhamos acesso a esse segredo.
Com o desenvolvimento dos meios de produção e o aperfeiçoamento tecnológico ficou muito mais difícil observarmos essa exploração, no entanto ela acontece, mas não de forma nítida como era na acumulação primitiva.
Contudo é natural que esse processos se reflitam nas instituições de educação, no qual estão em constante mudança, sempre em prol do capital e da dominação burguesa.
Nesse aspecto vemos que o capital de acordo com o István Meszaros , afeta profundamente cada âmbito particular com alguma influência na educação, e de forma nenhuma apenas as instituições educacionais formais, estando ligadas de maneira direta com os processos sociais, funcionando apenas se estiverem em sintonia com as determinações educacionais gerais da sociedade.
No contexto atual a educação proposta assume um papel de condicionar os indivíduos a estabelecerem metas próprias do sistema, ou seja, internalização esse conceitos e buscando fazer um bom trabalho para assegurar os parâmetros reprodutivos do mesmo.
É nesse momento em que as instituições formais participam, sendo submetidas a uma introdução de conceitos dominantes, onde induz os indivíduos a conformidade, aceitando os princípios que regem o contexto atual, reproduzindo apenas as tarefas que lhe atribuírem.
Desse modo não temos que considerar a educação formal como força ideologicamente primaria, responsável pela consolidação do capital, pois e a função real dela na verdade é de conformidade social, não tomando para si como força consolidadora do capital e tampouco como forma de emancipação radical do mesmo por fornecer uma transformação radical da sociedade.
Contudo independentemente se ocorrer alguma mudança vemos que não tem muita relevância, pois é nítido que as soluções aplicadas no processo educacional só acontece mediante a intervenção de leis, porém estas são completamente invertidas em prol da permanecia da logica do capital.
Para que essa realidade seja alterada é essencial confrontar a logica autoritária do capital, alterando fundamentalmente todo o sistema internalização, com todas as dimensões, visíveis e ocultas. Sendo assim de acordo com autor romper com o a logica do capital na área da educação equivale, portanto, a substituir as formas onipresentes e profundamente enraizadas de internalização mistificadora por uma alternativa concreta e abrangente.
De modo geral podemos observar que a educação exerce grande influencia tanto positivamente como negativamente, sendo essencial para nosso desenvolvimento, onde está presente em todos os momentos de nossas vidas.
Mediante essa colocação vemos que a educação pode ajudar na colaboração de uma mudança sistêmica e radical, proporcionando instrumentos de pressão que possam romper a logica capitalista.
Porém o modelo educativo é uma única forma de preservar os padrões civilizatórios e de educar, no entanto essa concepção é impregnada de conceitos eletricistas, que objetivam colocar e manter o proletariado em seu devido lugar.
Mas isso entra em contrariedade quando existe uma força social que se opõe a essa submissão, provocando conflitos e confrontos, objetivando defender seus interesse, gerando mudança e manutenção, isso irá ocorrer de acordo como o período histórico podendo elevar o grau de conflitos hegemônicos e antagônicos, atrasando ou acelerando a mudança social.
Nessa perspectiva vemos que conforme o modelo reacionário que é imposto tanto politico autonomeados como educadores, estimulando de forma significativamente a manutenção do capital, desde que benéfica.
Paraentendermos melhor o que de fato acontece temos que compreender primeiramente qual é a logica do capital e a relação que ele exerce sobre a educação, onde de pode ser expressa por meio da internalização de concepções dominantes, no qual deverá ser invertido e modificado, para que haja uma mudança no sistema opressivo exercido, quebrando assim a condição imposta pelo capitalismo.
Conforme afirmações do autor podemos notar que nunca é demais salientar a importância estratégica da concepção mais ampla de educação, expressa na frase: “ a aprendizagem é a nossa própria vida”. “ Pois muito do nosso processo continuo de aprendizagem se situa, felizmente, fora das instituições formais”(p.53). Isso é algo muito positivo, pelo fato do processo educativo estar a mercê do domínio reacionário, onde está embutido preceitos dominantes.
O mesmo coloca em destaque que o controle e a coesão dessa instituições de ensino, podem provocar um grande estrago, merecendo portanto, severas críticas de Martí, que propositalmente chama estas de formidáveis prisões. Isso porque os jovens podem encontrar informações e alimento intelectual, moral e artístico noutros lugares, pois o que fato acontece e a utilização desse meios como forma de se submeter ao poder leis e as proclama-las  e obedecê-las piamente.
Necessitamos, urgentemente de uma atividade de “contrainternalização”, coerente e sustentada, que não se esgote na negação. Para isso tem que dar ênfase à tarefa histórica de produzir um sistema de educação alternativo e duradoiro, completamente à disposição do povo, indo muito além do âmbito educacional e formal.
Desse modo, temos que adotar uma defesa de uma abordagem educacional com um caráter de “totalidade das praticas politico – educacionais – culturais na ampla concepção do que seja uma transformação emancipadora”,(p.57) tendo como estratégia concebida como uma contraconsicenciacomo alternativa necessária para a internalização dominada colonialmente, poderia realizar suas grandiosas missões educativas.
Na verdade o que se deve ocorrer é uma transformação da formidável prisão em um local de emancipação, onde haja uma colaboração para a quebra da logica do capital, sendo assim se os elementos progressistas da educação formal forem bem sucedidas na redefinição dos processos hegemônicos, poderá contribuir para esse mudança do contexto social.
Dessa forma para mudar essas condições tem que haver uma intervenção consciente de todos os níveis da nossa existência individual e social. É por isso que Marx coloca os humanos como devedores de mudanças no que se remete as condições da sua existência industrial e politica, e , consequentemente, toda sua maneira de ser.
Nesse sentido que a educação entra, como uma forma de romper a internalização de predominante nas escolhas politicas circunscritas à legitimação constitucional democrática do Estado capitalista que defende seus próprios interesses.
No contexto atual nossa educação passa somente por reformas institucionalizadas e acaba por preservar a raiz do problema continuando com concepções dominantes, que exerce uma grande força alienante sobre os indivíduos da sociedade.
Para reverter esse quadro tem que ter como argumento convincente, no qual possibilite a reivindicação de melhorias da educação, de instituição democrática, e politicamente lucidas, sob condições de domínio do capital sobre a sociedade.Para isso mudar esse modelo temos que ter uma educaçãovise uma ordem social qualitativamente diferente, que conduzirá a uma ordem necessária e urgente. Sendo assim o papel da educação deverá ser orientado pela única perspectiva que efetivamente possa ir para além do capital.
Dessa forma concluímos que para romper com a logica do capital deve se juntar simultaneamente a tarefa de uma educação que tenha um caráter  transformador  e emancipatório a, no qual mude de forma progressiva tanto educadores como educandos.  

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