RESENHA CRÍTICA
1. Referencia Bibliográfica da Obra
SAVIANI, Dermeval. Escola e
Democracia. 41ed. Campinas: Editora, Autores Associados, 2009.
2. Perspectiva Teórica e Síntese da
Obra
As teorias da educação e o problema
da marginalidade
O problema
Podemos afirmar que segundo o autor
no período que corresponde ao ano de 1970, 50% dos alunos, das escolas
primarias dos paises da América latina, estavam em condições de
semi-analfabetismo ou nem mesmo tinha acesso a ela. Com isso passaram a ser
marginalizados pela sociedade.
De inicio é levantado varias
questões, a respeito da escolarização, onde teoria educacional apontadas por
ele ressalta. A superação da marginalidade e a outra mostra a educação como
instrumento discriminação social , sendo que ambas em uma relação em comum,
tentar explicar e legislação que esta entre a marginalidade, educação e a
sociedade.
Dessa forma o primeiro grupo e
demonstrado pelo autor como uma sociedade harmoniosa, tendo integração com seus
membros, considerando a marginalidade como um acidente e a educação certa como
instrumento de correção.
Permanecendo nessa idéia notamos que
há um objetivo de reformar os laços sociais e superar a marginalidade através
de serviços educativos, sendo responsável por construir uma sociedade
igualitária.
Porem no segundo grupo, o autor deixa
bem explicito a divisão de nossa sociedade em grupos ou antagônicos, no qual
tem sua manifestação por meio das condições da vida material, sendo observado
que nesse momento a marginalidade esta diretamente ligada com a sociedade.
Pensando nesse aspecto entendesse que produção social esta concentrada nas mãos
da elite onde se apropria dos resultados da produção social, banindo os demais,
nesse sentido a educação entra como uma forma de reforçar a dominação e
legitimar a marginalização, assim tendo a idéia que a educação esta longe de
ser um instrumento de superação, mas sim como uma especifica forma de reduzir
marginalidade social, cultural e essencialmente a escolar.
A partir deste conceito, o autor
define o primeiro grupo como “teoria não critica” por buscar a compreensão dela
mesma, entretanto o segundo grupo visa o entendimento da educação e seus
influentes e o governo, tentando entender a função básica da educação que seria
a reprodução da sociedade.
As teorias não criticas
De acordo com a idéia transmitida no
texto, observa-se a criação de sistemas nacionais de ensino no qual tem
embasamento nos princípios e, que a “educação e direito de todos e dever do
estado” (p.3) sendo que este conceito parte do pressuposto de atender os
interesses da burguesia a consolidar a democracia.
Dessa forma era preciso superar a
opressão do “antigo regime” elaborando uma nova sociedade, com sujeitos livres
e desprendidos da ignorância para que deixassem de ser súditos e pascessem a
cidadãos, onde o ensino que seria encarregado por essa mudança.
Analisando por esse aspecto a escola
surge como solução encontrada para resolver o problema da ignorância deixando a
marginalidade de lado, buscando dessa maneira, transmitir conteúdos
sistematizados, onde eram ministrados pelo professor que detinha todo o
conhecimento sendo aplicado de acordo com a lógica e cultura do professor, e o
aluno apenas era um mero receptor de informações.
Nesse pensamento o autor mostra que
essa teoria tinha o objetivo de determinada maneira organizar a escola e que o
professor era o responsável em desenvolver os exercícios com disciplina,
havendo então uma grande responsabilidade, sendo então deveriam estar bem
preparados.
No decorrer no percurso histórico
essa escola citada acima foi recebida com entusiasmo, mas acabou não cumprindo
suas expectativas que era fazer com que os indivíduos se ajustassem ao tipo de
sociedade para que houvesse uma consolidação, devido esse fato essa escola
começa a receber inúmera criticas, e assim recebendo o nome de escola
tradicional.
A pedagogia nova
Com base nas criticas referente à
pedagogia tradicional, surge então uma nova teoria da educação sobrepondo as
idéias anteriores, mas mantendo ainda a intenção de antes corrigir por meio da
educação o problema da marginalidade, com a função de equalização social.
Dessa forma o ensino passa a ser
interpretado de forma diferente, no qual passa a ter outra visão sobre o
individuo marginalizado, sendo considerado nesse momento não mais o ignorante,
mas o rejeitado.
Permanecendo nesse caminho proposto
pelo autor, veremos que a nova pedagogia tem um novo sistema, onde há uma
preocupação com as crianças anormais, buscando uma forma de tratamento diferencial
para esses indivíduos diferentes, portando a anormalidade pode ser considerado
um fenômeno natural, mas querendo ou não ela e sinônimo de rejeição, por haver
uma desadaptação ou desajustamento do sujeito. Por esse motivo a educação vem
como uma forma de ajustar, adaptar e incluir, podendo então haver uma aceitação
em relação aos demais. Dessa forma podemos observar que a educação passa a ser
um instrumento de correção da marginalidade, buscando contribuir para a
construção de uma sociedade que haja membros que não se importem e respeitem
diferenças.
Nesta fase a compreensão de educação,
muda um pouco o seu sentido, perdendo seu intelecto pedagógico e passando para
o sentimental, deslocando do eixo da pedagogia tradicional, ficando retida
agora não mais no aspecto lógico e sim no psicológico e o aluno passa a ser o
centro, onde a espontaneidade e a qualidade são os principais objetivos. Nesse
momento ela deixa de ter inspirações filosóficas e passa a ter um caráter
focado na ciência lógica embasada nas contribuições da biologia e da
psicologia.
De acordo com a idéia transmitida o
professor funciona agora nesse período como um estimulador e orientador da
aprendizagem valorizando a espontaneidade, onde o professor devera trabalhar os
alunos com pequenos grupos sem que prejudique as relações inter-pessoal. Alem
do mais a escola dessa época deixa de ter um aspecto sombrio, disciplinado,
silencioso e de paredes opacas, assumindo um ar alegre, movimentado, barulhento
e multicolorido.
Passaremos nesse momento a observar
que a escola citada acima não atinge os objetivos esperados, devido a fatores
como os altos custos em comparação da escola tradicional. Alem disso a escola
nova se organizou em na forma de escolas experimentais ou com núcleos raros,
muito bem equipados visando pequenos grupos da elite. Mantendo essa linha de
pensamento podemos apontar que a escola nova trouxe com ela inúmeras
conseqüências, nas quais, provocou o afrouxamento da disciplina e a
despreocupação com a transmissão do conhecimento, contribuindo assim por
rebaixar o nível de ensino e aprimorar a qualidade de ensino destinado as
elites.
Segundo a idéia de Saviani
essa metodologia aplicada na escola agravou o problema marginalidade, pois ao
enfatizar a qualidade de ensino, ela se desviou um da preocupação com o âmbito
político, adquirindo princípio técnico-pedagogicos, cumprindo uma dupla função,
pois mantinha os interesses de manter os limites da escola em níveis
suportáveis e de atender os objetivos da elite.
A partir desse contexto relatado
acima se manifestou mais nitidamente na América Latina, sendo influenciado por
correntes européias, no qual essa ideologia tinha como visão de mostrar as
deficiências da escola tradicional e propor que uma boa escola é aquela ensina
poucos, mas com qualidade ao invés de muitos, mas com deficiência.
A pedagogia tecnicista
Segundo o relato do autor podemos
observar que a escola nova não atendia mais os interesses, resultando em um
sentimento desilusão ocasionada pelo seu enfraquecimento, e por cair no senso
comum, no qual foi entendida que era portadora de todas as virtudes e de nenhum
vicio, entretanto essa pedagogia nova não resolveu o problema da marginalidade,
dessa maneira surge uma nova teoria educacional conhecida como a pedagogia
tecnicista.
Essa teoria buscou organizar a
educação de forma racional, padronizando o o sistema de ensino, através de
esquemas de planejamento se ajustando a diferentes modalidades, baseando se no
ensino técnico.
Dessa maneira este método compreendia
como elemento principal a organização racional, onde o professor e o aluno
ocupavam uma posição secundária, sendo apenas participantes do processo, sendo
assim este ensino buscava corrigir as deficiências do professor diminuindo sua
intervenção.
Partindo dessa idéia esse processo
delimitava a ação do professor e do aluno dizendo o que deveria ou não fazer.
Comparando então com as demais escolas que vieram antes dela foi observado que
o marginalizado não era mais o ignorante e muito menos o rejeitado, mas sim o
incompetente. Analisando a importância desse ensino foi visto que a educação
agora passa a ter um papel de superar a marginalidade de forma que formasse
indivíduos eficientes e capazes para contribuir para o aumento da produtividade
da sociedade.
Dessa forma a marginalidade era vista
como uma ineficiência de desempenho, no qual ameaça a estabilidade do sistema e
afetava os demais integrante, por esse fato a pedagogia desse ensino vinha como
uma forma de treinamento, havendo uma sustentação teórica nas idéias da
psicologia behavioristas, na engenharia comportamental, na ergonomia,
informática, cibernética e tendo em comum uma inspiração filosófica
neopositivista e no método funcionalista.
Mantendo a relação proposta acima
podemos perceber que a pedagogia tecnicista provocou uma reorganização das
escolas, não mais se importando com o aprender, mas sim no fazer. Com a
implantação desse sistema colaboraram para o aumento do caos no campo educativo
gerando um ensino rarefeito aumentando os níveis de evasão e repetência, tendo
uma visão apenas de lucro.
As teorias critico-reprodutivistas
Nessa segunda parte podemos perceber
que o primeiro grupo tinha educação como função de resolução do problema social
“marginalidade”, e assim corrigindo as injustiças e promovendo a equalização
através da observação a ação da educação sobre a sociedade. Porem no segundo
grupo analisado pelo autor, nota-se que para compreender a educação, temos que
entender os fatos sociais e a relação da educação com a sociedade e com o meio
e ela esta inseria, sendo assim essas teorias foram denominadas de
“critico-reprodutivistas”.
Dessa forma autores como Bowles e
Gintis afirmam que a escola tinha uma função equalizadora, mas com o passar do
tempo ela vem se tornando cada vez mais discriminadora e repressiva atendendo
apenas os interesses capitalistas. Indo em direção da idéia na qual das
variadas manifestações teve destaque nesse período, podemos notificar dentre
elas a “teoria do sistema de ensino enquanto violência simbólica, teoria da
escola enquanto aparelho ideológico de estado e a teoria da escola dualista” no
qual o autor ira tratar a seguir.
Teoria do sistema de ensino enquanto
violência simbólica
Esta teoria foi desenvolvida com base
na obra A Reprodução: elementos para uma teoria do sistema de ensino, isto e
uma ação pedagógica institucionalizada considerada como sistema escolar, no
qual e dividido em dois livros, onde o autor se fundamenta apenas no primeiro
livro, que constitui a idéia de uma sociologia da educação analisando fatos
sociais, e buscando entender as relações entre os dominantes e os dominados e
assim, partindo de princípios universais ate chegar a conseqüências
particulares.
Se aprofundando mais na teoria
podemos notar que toda sociedade tem inicio a partir da força material entre
grupos e classes. Dessa forma podemos observar que a violência material
(dominação econômica) e a violência simbólica (dominação cultural) esta
relacionada a influencia das classes ou grupos dominantes.
Para entendermos melhor a idéia de
violência simbólica vamos observar primeiramente exemplos dessas manifestações,
que podem ser vistos na formação da opinião púbica, pregação religiosa,
atividade artística e literária, a propaganda e a moda entre outros.
De acordo como a proposta dessa
teoria a função da educação e a de reprodução das desigualdades sociais, onde
fica bem claro que a marginalidade se diz respeito àqueles que não possuem
força material ou cultural, estando sempre submissos e atendendo aos interesses
dos grupos ou classes dominantes, onde o papel da educação e de reforçar e não
mais de superar a marginalidade.
Teoria da escola enquanto aparelho
ideológico de estado (AIE)
Conforme a idéia proposta pelo autor
que o Aparelho ideológicos de Estado funciona massivamente pela ideologia e
secundarias pela repressão, nesse sentido podemos analisar a escola como da
seguinte forma, nas quais a elite sempre vai estar com o poder em suas mãos,
sendo assim a escola vai cumprir um papel capitalista, pois o governo controla
e toma as decisões, sendo assim a população esta a mercê das ordens do governo
e dos interesses da elite.
Com isso podemos observar que a
escola e o lugar onde reflete muito bem a dominância e a supremacia que o
governo tem a respeito do que e dado na instituição de ensino.
Teoria da Escola Dualista
Segundo o autor essa teoria recebe
esse nome pelo fato de mostrar a divisão da escola em duas onde, tornando-se
reflexos da nossa sociedade que se representada por duas classes a burguesa e o
proletariado. Nessa teoria o conceito de “Arthusser (“ Aparelho Ideológico de
Estado”) defendido-se o aparelho escolar como “unidade contraditória de duas
redes de escolarização””(p.29)
Analisando nesse aspecto a escola
passa a ter a função de formar indivíduos capazes de trabalhar a serviço da
elite, sofrendo então grande influencia da ideologia burguesa e em segundo
plano o proletariado também lança sua semente de opressão.
Dessa forma podemos observar que essa
teoria aceita ideologia do proletariado, ocorrendo então uma luta de classe na
qual a escola esta no meio desse fogo cruzado. Permanecendo nesse raciocínio a
escola tem o papel de acordo com esta teoria de impedir o desenvolvimento da ideologia
do proletariado.
Nesse momento a escola passa e ter
outro significado o de transformar os trabalhadores em marginais, nesse sentido
vários movimentos tem o objetivo de arrancar os ideais que o a classe oprimida
tenta impor, na qual a classe dominante querendo ou não vai sempre reter o
poder em suas mãos.
Para uma teoria critica da educação
Conforme as idéias
de Saviani, podemos observar que nas teorias não-criticas ele mostra a sua
proposta pedagógica e a organização e funcionamento da escola, já na critico
reprodutiva não e essa proposta, havendo somente a explicação do mecanismo de
funcionamento da escola, onde elas tentam mostrar as deficiências do sistema
capitalista.
Em relação à marginalidade a primeira
teoria citada acima tenta explicar esse problema de forma ingênua, sendo que a
outra tenta utilizar a razão como base de suas hipótese ao suposto fracasso da
escola. Seguindo esse pensamento observamos que a escola e o reflexo da nossa
sociedade, ficando bem explicito a influencia da classe do (burguês X
proletariado) se tornando um palco de disputas entre as duas classes.
Essa teoria tem como função dar
opções aos educadores de como agir diante de determinadas situações, e
proporcionar ao trabalhador um lugar digno na com um ensino de melhor qualidade,
dando poder a classe dominada para que não seja mais oprimida e controlada
pelas classes dominantes.
Post-Scriptum
De acordo com o autor vemos que
no decorrer do texto não se mencionou em nenhum momento a respeito da teoria da
educação compensatória, isso ocorreu pelo fato que dela estar composta de
vários fatores que estão ligados à marginalidade, no qual tem a proposta de
compensar essas deficiências existentes, através de programas destinados a
corrigir esses problemas.
Dessa forma o autor deixa bem claro
que para enfrentarmos o problema da marginalidade temos que suprir as carências
das camadas populares, e pensar que cada, individuo deve ser tratado de forma
diferente, considerando aspectos diferença entre pessoas e sua forma de aprendizagem,
bem como o seu ritmo, e com isso partindo da idéia que devemos utilizar meios
técnicos e metodológicos diversificados para que cumpra as reais carências da
classe trabalhadora.
Escola e Democracia I
A teoria da curvadura da vara
De acordo com a idéia do autor
podemos observar o funcionamento interno da escola de 1° grau de duas maneiras,
uma considerando a organização e a relação entre diretor e os demais ate a
ponta final o aluno. Em seguida veremos que a segunda forma parte que propõe a
idéia de abordar procedimentos para o ensino e desenvolver
atividades-fins que busquem atingir suas finalidades.
Mas vamos deixar de lado a
organização da escola, e focarmos no problema que acontece dentro das
instituições de ensino de 1° grau que e o ensino e se por questioná-la que
funções políticas esse ensino desempenha.
Partindo desse principio o autor
lança mão a colocação de três teses, nas quais todas elas são teses políticas,
onde a primeira e mais geral, contendo um caráter revulucionario, sendo considerada
tese filosófico-historica, porem a segunda possui um caráter, mas cientifico
considerada pelo autor a teoria pedagógico-metodológica, já a terceira trata-se
de uma conclusão das outras duas, se especificando na política-educacional, mas
nada acontece, apenas ouvimos falar em democracia na escola, menos ela chegou a
seu interior.
O Homem Livre
O autor faz uma retrospectiva, indo
ate a antiguidade grega, onde podemos observar que a população grega era
composta de homens livres e os escravos não era considerado humano, por esse
fato que a filosofia não via escravização como problema.
Com o passar do tempo, exatamente na
idade media o homem passa a ter sua existência relacionada à criação divina e
seus destinos previamente traçados, havendo uma hierarquia entre senhor e
servo, sendo que a própria existência justificava as diferenças.
Caminhado mais um pouco no percurso
histórico, chegamos a idade moderna, onde ocorre o surgimento do germe do
capitalismo, e a burguesia lança um discurso apoiando na filosofia, na
qual defende a igualdade entre os homens, sendo assim a burguesia se opõe ao
clero e a nobreza, afirmando que essas duas classe conseguiram esses postos por
mero acidente histórico.
Partido da idéia de revolução, a
burguesia leva vantagem pelo fato de seus interesses revolucionários,
coincidindo com os interesses do novo e da transformação. Dessa forma a
filosofia passa a ser compreendida para formar homens livres, provocando uma
reforma na sociedade,
Continuando nessa mesma perspectiva,
observa-se que a sociedade e a geradora da desigualdade, sendo assim a
burguesia sentia necessidade de formar uma sociedade igualitária, através da
reformulação da desta, deixado de lado o posto de direito natural das demais
duas classes e instituindo uma sociedade contratal, portando as relações de
produção se altera, no qual o individuo é livre pra vender ou não sua mão de
obra e vice-versa, ficando a vontade para vender-la se quiser.
Com isso a burguesia se torna a
classe dominadora, onde estrutura o ensino visando seus interesses, tendo a
intenção de transformar o servo em um cidadão, para que ele participe da
política e se escolarizarem, assim a escola tinha a responsabilidade de
consolidar a ordem democrática.
A mudança de interesses
No decorrer de processo histórico os
interesses burgueses mudam não caminhados mais em direção transformação, mas
sim ao para o lado contrario do desenvolvimento histórico se contrapondo ao
movimento.
Nesse momento histórico a burguesia
descarta as idéias da escola tradicional fundando uma nova concepção, onde o
homem não era mais considerado iguais,havendo pessoas menos ou mais capacidades
que outras.
Entretanto podemos observar e a
pedagogia da existência tem um caráter revolucionário, legitimando a
desigualdade, dominação e a privilégios. Com a dominação burguesa, o cargo de
classe revolucionaria acaba sendo submetia a classe explorada pela burguesia.
A falsa crença da Escola Nova
Segundo o autor podemos reparar
que a burguesia como classe dominante busca nesse momento atingir seus
interesses, utilizando argumentos para contrapor a pedagogia de essência,
colocando ela como algo tipicamente medieval.
Continuando nesse mesmo sentido
podemos notar relação do método aplicado na escola especificamente no seu
interior no qual fica bem clara a interpretação inadequada feita pelo movimento
da escola nova, afirmando que o ensino tradicional é um método
pré-cientifico,dogmático e medieval. Veremos que essa colocação esta totalmente
equivocada pelo fato dela estar presente ate hoje e por ter sido implantado nos
sistemas nacionais de ensino.
Mantendo as afirmações novistas
verificamos que não tem base alguma, devido a revolução industrial, ter sido
fundamentada na ciência e a educação ainda continuava com conceitos pré-cientificos
e medievais. Por esse motivo que o método novo introduziu a ciência em seu
ensino.
Ensino não e Pesquisa
De acordo com Saviani o método da
escola novo vem a se opor a tradicional, ao passo que visava o ensino como
processo de desenvolvimento da ciência, na qual buscava considerar o ensino
como processo de pesquisa, onde o aluno e o professor buscavam junto às
respostas.
Partindo deste pressuposto, o novo
ensino, poderia ser constituído por meio de uma atividade, na qual era
determinado um problema, onde levantariam dados e hipótese para o suposto
problema, com isso poderia aceitar ou não as hipóteses formuladas e propostas.
Porem o método tradicional trabalhava
com o conhecimento já formulado e sistematizado estando incorporado no acervo
cervo cultural, onde somente o professor transmitia os conteúdos prontos, dessa
forma centrado o ensino estava apenas centrado no educador, entretanto a nova
pedagogia centrava o ensino no aluno e em seus aspectos psicológicos e
motivacionais, objetivando motivar o aluno, através do desenvolvimento de
métodos para que induzam as crianças a buscarem o conhecimento para saciarem
suas dividas e era responsabilidade do professor orientar-lo nos caminhos
corretos.
No final das contas podemos chegar a
seguinte conclusão, na qual a escola nova empobreceu o ensino e dissolveu o
significado da pesquisa, pois primeiramente para desenvolver uma pesquisa temos
que ter o domínio do conhecimentos da área para depois questiona-lo e buscar o
desconhecido elaborando outros.
A Escola nova não e democrática
Nessa nova pedagogia um elemento que
esta muito presente é a imposição da democracia, sendo então que a partir daí,
há um abandono da igualdade para que haja a inserção de procedimentos
democráticos na escola.
Nesse sentido podemos notar que essa
nova metodologia não trouxe muitos benefícios, pois houve uma distinção do
ensino, na qual o povo mais podre ficou com a educação básica com
características tradicionais. Mas esta educação não foi muito satisfatória,
pois não era muito rica em conteúdos, sendo assim os pais dos alunos começaram
a tomar consciência da precariedade do ensino, entretanto essa mudança não
acontece de forma espontânea, para que isso ocorra e necessita de um pouco de
esforço.
Nesse percurso histórico, visualizamos
o professor apenas com instrumento para fazer com que o aluno aprenda, mesmo
que ele não queira, sendo responsabilidade do professor fazer com que o aluno
adquira conhecimento, mesmo contra a vontade da criança.
Por meio dessa colocação vemos que
segundo o autor quanto mais se fala em democracia menos se tem, e quanto menos
se fala em democracia mais se tem isso depende muito da instituição e da
postura do professor.
Escola Nova: A Hegemonia da Classe
Dominante
Para compreendermos melhor a situação
educacional brasileira, iremos ilustrá-la em dois momentos distintos, o da
década de 30 e o da década de 70.
Dessa forma podemos afirmar segundo a
idéia do autor que a década de 30 não foi escolhida por acaso, mas sim pelo
fato que a escola nova ganhava força e por sem um momento de entusiasmo pela
educação e otimismo pedagógico. Verificamos que todo esse entusiasmo educação
partia do principio que a escola seria como instrumento de participação
política.
No período correspondente nas décadas
de 10 e 20, aconteceram inúmeros movimentos relacionados a reivindicações, para
maior participação da sociedade em movimentos políticos e escola em decisões no
ensino, ocorrendo então uma crise na hegemonia da classe dominante.
A partir dessa pressão, pode-se notar
que a classe burguesa, via-se obrigada a atender os interesses dos operários e
do proletariado, implantando assim a escola pra todos, como forma de com que
todos participem do processo, mas sempre visando seus interesses, dessa maneira
dando poder pros demais a participarem das decisões tomadas.
Com isso o proletariado e os
operários começaram a participarem das eleições, mas a classe burguesa via que
eles não escolhiam bem os governantes, sendo assim a burguesia acreditava que o
povo instruído iria escolher melhor, mas se enganaram, devido a simples
diferença de interesses.
Mas o burguês não poderia sair
prejudicado nessa escolha, sendo assim ao invés da classe dominada lança seus
representantes, eles eram obrigados a escolherem os menos, piores do campo burguês.
Por esse motivo que a escola esta como esta, devido ao raciocínio das elites,
pois não adianta dar a escola para todos se ela continuar assim, e preciso
reformulá-la.
Nesse meio de conflitos e agitações,
surge a escola nova, com o intuito de restaurar a hegemonia da classe
dominante, mas causando uma diminuição da qualidade de ensino.
Entretanto na década de 70 houve uma
reformulação no ensino curricular dividindo em áreas de estudo e disciplinas,
diluindo os conteúdos das camadas populares, com isso podemos revelar a farsa
do ensino em relação a aplicação dos conteúdos, para mudar isso temos que
propor um a aprendizagem e transmissão dos conteúdos como máxima importância.
Alem disso se os integrantes das
classes populares não tiverem conhecimento não terão armas para lutar contra os
dominantes e ter conhecimento equivalente aos da classe mais altas é
importante, para que eles se aproximem da libertação.
3. Reflexão Crítica sobre a Obra e
Implicações
De acordo com a obra, cheguei à
conclusão que o livro escrito por Saviani, retrata o desenvolvimento dos
modelos educacionais, fazendo uma relação direta, com o sistema de ensino e a
marginalidade, dando por meio das teorias, formas diferente de interpretar o
problema da marginalidade na escola, adquirindo inúmeros significados, de
maneira que a escola surge com o intuito de resolver questão da marginalidade.
Entretanto podemos reparar muito bem,
a divisão que ele faz em relação às características de cada período histórico
com a pedagogia de ensino era aplicada e desenvolvida, sempre visando objetivos
maiores. Isso e muito bem colocado quando falamos da pedagogia tradicional,
nova e tecnicista, na qual cada uma tinha um objetivo diferente, onde uma
superava a outra em um determinado aspecto, e pode se notar que cada forma de
ensino tinha o intuito de atender as necessidades educacionais do período
decorrente, visando sempre os interesses da elite.
Veremos então que, a escola e a forma
das pessoas deixarem de serem ignorantes e aprenderem algo novo, mas esse
conhecimento é controlado pela elite, com o intuito de sobrepor sua cultura e
suas teorias sobre as classes dominadas.
Mas no texto mostra que nem sempre
foi assim, a burguesia teve que lutar por seus direitos, e reivindicar o que
era cabível a ela, não aceitando a supremacia do clero e da nobreza, assumindo
assim o posto de classe dominadora.
Dessa forma surgindo uma nova classe
o proletariado, na qual é classe dominada, sendo assim, a elite tem o maior
domínio, influenciando assim nas decisões tomadas, tanto na escola como no
governo, pois ela que dita as cartas.
Alem disso observamos que há uma luta
constante entre os dominantes e os dominados e a escola passa a ficar no meio
desse fogo cruzado, não tendo uma característica própria, pois há diferente
interesses em jogo, sendo que os maiores interessados é a elite, pelo fato de
quererem unificar o ensino.
Com tudo isso é fácil notar que a
partir do surgimento do capitalismo, a nossa sociedade esta em constante
mudança e o ensino também foi influenciado por esse regime, abrochando assim
novas teorias e formas de variadas de pedagogias, visando sempre os interesses
capitalistas.
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