Resumo
Por
ser um tema polêmico e desafiante, uma vez que a Fibromialgia é uma doença de
diagnóstico difícil, muitas vezes confundida com outras patologias mórbidas e
não raro atribuída a distúrbios emocionais. As dores musculares em pontos
diversos, a irritabilidade, a cefaléia e a incidência maior em pacientes do
sexo feminino são algumas de suas características mais marcantes. O exercício é
uma intervenção de baixo custo que pode promover saúde em vários aspectos e é
capaz de reduzir a dor e outros sintomas da fibromialgia (FM). Nos últimos 20
anos, muitos ensaios clínicos sobre exercício para a FM foram publicados.
Apesar dos erros metodológicos, há forte nível de evidência de que exercícios
aeróbios supervisionados são eficazes na redução da dor, no número de pontos
dolorosos, na qualidade de vida e na depressão, aspectos estes relacionados com
a FM. Assim este trabalho verificará, através de uma pesquisa bibliográfica,
como a atividade física bem orientada pode contribuir com a melhora do quadro
geral do portador desta doença.
Palavras-Chave: fibromialgia, dor,
exercício físico.
Introdução
Adamas & Julius
(2005), explicam que nos últimos 20 anos, fomos capazes de observar novos
inventos tecnológicos, descobertas científicas e avanços da medicina. Porém,
junto com eles vieram novas doenças, doenças ainda desconhecidas por origem,
prognóstico, tratamentos e cura. A fibromialgia é uma doença que afeta hoje
cerca de 5% da população mundial, acometendo principalmente mulheres
sedentárias, acima de 40 anos e pessoas de cor clara, caracterizando-se por
dores agudas e crônicas, fadiga, distúrbios do sono, entre outros sintomas. O
termo fibromialgia vem do latim fibro
(tecido fibroso, ligamentos, tendões), do grego mia (tecido muscular), algos
(dor) e ia (condição), ou seja,
condição de dor proveniente de músculos, tendões e ligamentos.
O desenvolvimento das pesquisas clínicas sobre
essa doença só foi possível a partir do ano de 1972, quando Smythe forneceu os
primeiros critérios para o diagnóstico da doença.
A fibromialgia era
conhecida até então como fibrosite, fibromiosite, miofascite e reumatismo
muscular, preferindo-se assim o termo fibromialgia, pois a inflamação não é
predominante nesta doença.
Os portadores de tal
síndrome normalmente apresentam dificuldade em relacionar a localização da dor,
se é muscular, articular ou nos ossos. Por vezes, essas reclamações são
consideradas como distúrbios emocionais por alguns profissionais por dois
motivos: desconhecimento da doença e pela doença até o presente momento não
obter nenhum exame laboratorial que indicaria tal patologia e justificaria tais
sintomas. (CHIARELLO, 2005)
Segundo Adamas &
Julius (2005), a fibromialgia é uma doença real, com dores reais, não possuindo
apenas caráter psíquico (apesar de por vezes iniciar-se com um quadro de
depressão ou vir a desenvolver tal quadro com a doença) e, se não tratada
adequadamente, pode causar uma significativa queda na qualidade de vida de seu
portador. Ainda não tem cura e quando diagnosticada por exame clínico, o
tratamento é normalmente farmacológico (antidepressivos, analgésicos,
miorrelaxantes etc), sono de qualidade e exercícios aeróbios. Os remédios têm o
objetivo de amenizar os sintomas e promover o bem estar dos pacientes,
permitindo-os que executem atividades físicas regulares que são fundamentais no
tratamento da patologia.
Adamas
& Julius (2005) explicam que durante a solicitação de trabalho físico,
podemos perceber que os portadores da doença têm músculos fracos e que fadigam
com facilidade, sendo indicados exercícios de alongamento, fortalecimento
muscular e flexibilidade associados a exercícios aeróbios, ambos iniciando
gradativamente e, se possível, numa intensidade que não gere ou gere dor
suportável, onde a intensidade do exercício é aumentada progressivamente com o
passar da adaptação fisiológica ao treinamento, respeitando o limiar de dor da
pessoa. O exercício físico aeróbio é normalmente mais indicado que o anaeróbio
em pessoas com fibromialgia, pois o primeiro libera potencialmente mais
endorfina, hormônio que quando presente no organismo permite-nos uma sensação
de prazer, bem estar, euforia e até mesmo analgesia, pois a endorfina,
explica Ghorayeb
& Barros
Neto (1999) é um neurotransmissor,
assim como a noradrenalina, a acetilcolina
e a dopamina,
substância química esta utilizada pelos neurônios
na comunicação do sistema
nervoso e também um hormônio, uma substância química que, transportada pelo
sangue, faz comunicação com outras células. Sua denominação se origina das
palavras "endo" (interno) e "morfina"
(analgésico). A endorfina é produzida em resposta à atividade física, visando relaxar e dar prazer, despertando
uma sensação
de euforia e bem estar.
Efeitos principais das endorfinas:
- Melhoram a memória;
- Melhoram o estado de espírito (bom
humor);
- Aumentam a resistência;
- Aumentam a disposição física e mental;
- Melhoram o nosso sistema imunológico;
- Bloqueiam as lesões dos vasos sanguíneos;
- Têm efeito antienvelhecimento,
pois removem superóxidos (radicais
livres);
- Aliviam as dores.
Assim, Adamas & Julius
(2005) explicam que na fibromialgia não existe uma melhor modalidade esportiva
e, respeitando o princípio da individualidade biológica, caracterizando que
cada portador é diferente de outro portador e que os mesmos são também
diferentes das pessoas não-portadoras, a melhor modalidade de exercício é
aquela a qual o indivíduo sente mais prazer durante e após a realização, seja
ela caminhada, corrida, natação ou outra.
A SÍNDROME DA FIBROMIALGIA
A Síndrome da Fibromialgia
(SFM) é uma doença reumática não-articular que faz parte de um grupo das
patologias musculoesqueléticas dolorosa.
Segundo Bates & Hanson
(1998), a SFM é considerada uma síndrome porque é identificada mais pelos
números de sintomas do que por uma má função específica. É caracterizada por
dor difusa musculoesqueléticas, rigidez, fadiga, distúrbio no sono e pontos
dolorosos. A dor é geralmente descrita como uma sensação de queimação da
“cabeça aos pés” ou por uma dor que “dói o corpo inteiro”. A dor pode mudar de
localização e é mais intensa nas partes do corpo usadas com maior freqüência.
Para alguns pacientes, a dor pode ser intensa o suficiente para interferir nas
tarefas diárias e, para outros, pode ser apenas um pequeno desconforto.
A fadiga experimentada
pode abranger desde uma sensação de cansaço até a exaustão extrema. Os sintomas
pioram com o frio e a umidade, tensão e inatividade e são aliviados por calor,
atividade moderada ou relaxamento.
Balsamo e Simão (2005)
dizem que a fibromialgia é uma síndrome idiopática, ou seja, doenças para as
quais não se conhece uma causa, associada à dor generalizada, cuja
característica predominante é a presença de dor musculoesqueléticas difusa e
múltiplos pontos específicos sensíveis à pressão, chamados tender point. Esses pontos doloridos, entretanto, não foram explicados
pela presença de transtornos musculares ou degenerativos.
Foi definida por Snider
(2000) como uma síndrome de dor crônica, não inflamatória e não articular, com
presença de dor musculoesqueléticas difusa, ou seja, dor em todo o corpo e
caracterizada pela presença de múltiplos pontos dolorosos à palpação ou tender points. A fibromialgia é dividida
em duas categorias: primária e secundária. Apesar da dificuldade em definir
essas duas categorias, caracteriza-se a fibromialgia primária como aquela que
acorre sem associação à outra patologia concominante e a secundária, aquela que
vem associada ou concominante à outra doença (como artrite reumatóide).
CRITÉRIOS PARA O DIAGNÓSTICO
Segundo Bates & Hanson (1998),
para que um diagnóstico de SMF seja confirmado, o paciente precisa queixar-se
de dor “generalizada” musculoesqueléticas em quatro quadrantes do corpo – acima
e abaixo da cintura e nos dois lados do corpo – por mais de três meses. O
médico precisa excluir a possibilidade de possível lesão traumática, doença
reumática estrutural, artropatia endócrina ou teste de laboratório anormal.
Balsamo & Simão (2005)
também explicam que a SFM não pode ser detectada por exames laboratoriais ou
radiológicos. Por essa razão, seu diagnóstico depende principalmente das
queixas ou sensações que o indivíduo relata. Durante os últimos 10 anos,
entretanto, SFM tem sido mais bem definida por meio de estudos que
estabeleceram regras para seu diagnóstico.
Vários critérios para a
classificação da fibromialgia foram propostos, na tentativa de uniformizar as
populações de pacientes. Atualmente o critério mais adotado tem sido o
proposto, em 1990, pelo AMERICAN COLLEGE OF RHEUMATOLOGY (ACR).
Os pontos de sensibilidade
aguda ou de dor devem estar presentes em pelo menos 11 dos 18 pontos sensíveis
que caracterizam a SFM. Os pontos sensíveis associados à fibromialgia ocorrem
em localizações específicas. Estas localizações de aguda sensibilidade estão
por todo o corpo e são freqüentemente desconhecidos do paciente até que sejam
tocadas. Elas variam em número e intensidade, de paciente para paciente, mas
são idênticas a qualquer um com SFM.
Segundo Knoplich (2003),
os critérios para classificação da fibromialgia foram desenvolvidos em 1990,
pelo COLEGIO AMERICANO DE REUMATOLOGIA e utilizam dois critérios: dor crônica,
presente a mais de três meses e generalizada, sendo definida como dor bilateral
(em ambos os lados do corpo), acima e abaixo da cintura e a presença de dor à
palpação média de quatro quilos em pelo menos 11 dos 18 pontos dolorosos
específicos, sendo no mínimo um, presente na coluna vertebral.
Os pontos estão localizados:
A - Occipital
- inserção do músculo occipital
B - Cervical
baixa - face anterior no espaço intertransverso de C5-C7
C - Trapézio
- ponto médio da borda superior
D - Segunda
costela - junção da segunda costocondral
E -
Supraespinhoso - acima da borda medial da espinha da escápula
F - Epicôndilo
lateral - a 2 cm do epicôndilo
G - Glúteos -
quadrante lateral e superior das nádegas
H - Grande
trocanter - posterior à proeminência trocantérica
I - Joelho -
região medial próxima à linha do joelho
|
BATES
& HANSON (1998)
Em adição à
obrigatoriedade aos critérios descritos, Bates & Hanson (1998), acreditam
que três de dez critérios menores também devem estar presentes para
diagnosticar a SFM:
- Mudança em um sintoma com a
atividade;
- Mudança em um sintoma com a mudança na
temperatura ambiental;
- Mudança em um sintoma com a ansiedade
ou estresse;
- Sono difícil;
- Fadiga geral;
- Ansiedade;
- Dor de cabeça;
- Síndrome da irritabilidade intestinal;
- Sensação subjetiva de inchaço.
As manifestações clínicas
mais comuns são:
a) Fadiga intensa, que afeta
aproximadamente 90% dos casos, sendo mais notada pela manhã e ao final do dia.
As atividades intelectuais e o menor esforço físico agravam esta fadiga,
impedindo a realização das atividades da vida diária. É associada aos
distúrbios do sono (SNIDER, 2000).
b) Distúrbios do sono, onde existem
alterações na fase IV do sono, correspondendo à sensação de sono não reparador.
Estudos mostram que ocorrem em até 100% dos pacientes e são bastante variáveis.
Muitos relatam que tem sono leve, mas certos pacientes dizem que tem bom sono e
dormem toda à noite, embora acordem mais cansados do que antes de se deitar,
com a sensação de não ter dormido, dor pelo corpo, rigidez e cansaço. A
perturbação do sono leva à mudanças secundárias, como a diminuição da secreção
do hormônio do crescimento, diminuição da saturação de oxigênio na hemoglobina
durante a noite e redução da atividade imune, levando a maior dor e gravidade dos
sintomas (CHAITOW, 2002 e MOREIRA & CARVALHO, 1996).
c) Síndrome do cólon irritável, em cerca
de 60% dos pacientes. As queixas mais comuns referem-se a alterações do hábito
intestinal, variando de constipação intestinal à diarréia, sendo que alguns
intercalam períodos de constipação e de diarréia. São comuns também as queixas
de náuseas, vômitos, dor ou desconforto abdominal, flatulência, inchaço e
cólicas após refeições (BRADY & HUFF, 1999 e MOREIRA & CARVALHO, 1996).
d) Alterações de humor, caracterizadas
por ansiedade, depressão e irritabilidade na maioria dos pacientes, mas não se
sabe se estas alterações são causa ou conseqüência. 25% dos pacientes já
consultaram psiquiatras por depressão, 25% dos pacientes apresentam depressão
ativa e a maioria não percebe a depressão concomitante (KNOPLICH, 2003).
Pessoas ansiosas tendem a respirar disfuncionalmente e os padrões respiratórios
envolvidos podem aumentar os sintomas da fibromialgia (CHAITOW, 2002).
e) Maior sensibilidade ao frio: as
mudanças de temperatura afetam agudamente o paciente, havendo piora da dor com
as mudanças climáticas, com relação à temperatura fria, à umidade e ao
ar-condicionado (GOLDIN, 1999). A aplicação de calor freqüentemente ajuda a
aliviar a dor (CRUZ FILHO, 1980).
f) Rigidez articular difusa (atinge além
das áreas articulares), especialmente pela manhã, após repouso prolongado ou
mudanças climáticas (KNOPLICH, 2003). Esta sensação deve ser diferenciada da
rigidez da artrite reumatóide, na qual a rigidez é maior nas articulações e que
demora um tempo maior para se dissipar (SHEON et al, 1989)
g) Parestesias e perda de força, que
podem ser localizadas ou difusas, sem relação com exame neurológico e edema
subjetivo de tecidos moles percebido pelo paciente, que freqüentemente queixa-se
de mãos inchadas, pois o exame físico revela ausência de edema (KNOPLICH,
2003).
PATOLOGIA
NO MÚSCULO NA FIBROMIALGIA
Bates & Hanson (1998)
e Balsamo & Simão (2005) citam que o músculo representa um importante órgão
alvo na fibromialgia, pois muitos pacientes acreditam que esse músculo é
responsável pela dor e rigidez que sentem. Isso ocorre devido ao fato da dor
muscular ser o sintoma principal da SFM.
Anormalidades funcionais
incluem uma diminuição na concentração de fosfato de alta energia, reduzida
oxigenação muscular e fluxo sanguíneo prejudicado. A dor musculoesquelética, a
rigidez e a fadiga, sintomáticas na SFM, pode ser resultado de microtrauma
muscular.
Balsamo & Simão (2005)
explicam que uma idéia bastante razoável para explicar o papel central do
músculo na fibromialgia engloba, entre outros fatores, a microcirculação
muscular e o microtrauma repetitivo do músculo.
Fatores preexistentes
(alterações nos receptores de serotonina, endorfina) e fatores precipitantes
(trauma repetitivo, descondicionamento, distúrbio do sono) poderiam ativar
nociceptores e mecanoceptores, que ocasionariam excitação na neurotransmissão
da dor, por meio do SNC e SNS; a dor e a inatividade conduziriam ao
descondicionamento do músculo e à fadiga, ficando o músculo mais exposto ao
microtrauma.
Os distúrbios do sono e outras condições orgânicas
ou psicológicas poderiam agravar o microtrauma muscular. Na presença de
neutrotransmissores, como a serotonina, as fibras tornam-se hipersensíveis a
estímulos repetitivos ou nocivos e conseqüentemente transmitem dor a um baixo
nível de esforço.
A dor muscular
parece estar relacionada à intensidade do exercício do que à duração. Os
microtraumas aos músculos também aparentemente resultam de exercícios que não
são executados normalmente, especialmente contrações excêntricas. A força e o
desempenho muscular desses pacientes são comparáveis aos das pessoas normais.
Existe, porém, uma diminuição da contração voluntária (provavelmente pela falta
de esforço voluntário) e, em alguns casos, uma diminuição na capacidade de
relaxamento durante os intervalos de contração muscular dinâmica. (MARTINEZ,
2006)
QUALIDADE E VIDA DE
PACIENTES COM FIBROMIALGIA
Hoje em dia, a utilização
de questionários sobre a qualidade de vida dos pacientes com a FM tem sido
reconhecida como uma importante área do conhecimento cientifico no campo da
saúde.
Esses questionários podem
ser de dois tipos: específicos ou genéricos. Específicos: conseguem avaliar de
forma restrita, determinados aspectos da qualidade de vida próprios de uma
população com uma determinada doença. Genéricos: tem o objetivo de estudar a
qualidade de vida de pessoas com mais de uma condição ou de refletir o impacto
de uma doença sobre a vida de pacientes em diversas populações. MARTINEZ (2006)
Segundo Martinez (2006), a
qualidade de vida dos pacientes era significamente inferior, pois esses
apresentavam maior limitação funcional nas atividades de vida diária, maior
limitação física relacionada ao trabalho, maior impacto de aspectos
psicológicos no bem-estar, maior intensidade a dor, menor vitalidade, menor
integração na sociedade e pior bem estar psicológico.
AVALIAÇÃO E TRATAMENTO
A principal ênfase está na
melhora do controle da dor e na visualização do aumento ou da manutenção das
habilidades funcionais em casa ou no trabalho, seguida da redução de outras
manifestações que causam sofrimento a essas pessoas.
As propostas terapêuticas
incluem terapia medicamentosa e não-medicamentosa, que abrange fisioterapia,
terapia cognitivo-comportamental e exercícios físicos.
Sobre a terapia
medicamentosa, o uso de medicamentos antidepressivos, relaxantes musculares,
analgésicos e antiinflamatórios, é bom para amenizar as dores. Porém, estudos
mostram que houve resultados favoráveis apenas dos antidepressivos e dos
relaxantes musculares (CHIARELLO, 2005).
Bates
& Hanson (1998) explicam que muitos pacientes com fibromialgia tomam
comprimidos para dor, tais como acetaminofenol (tylenol), que ajudam a
reduzi-la a nível tolerável. Drogas antiinflamatórias não esteroidais que
tenham propriedades analgésicas são usadas ocasionalmente para as patologias
artríticas. Mas, em virtude da inflamação não ser uma característica na SFM,
estas medicações proporcionam benefícios limitados para pacientes com
fibromialgia. Também são prescritos para alguns pacientes antidepressivos, que
ajudam a tratar os sintomas da dor musculoesquelética e distúrbios do sono na
SFM. As medicações prescritas mais frequentemente são amtriptilina e
ciclobenzaprina. Pacientes que recebem pequenas doses de amitriptipina
demonstram significativa redução na rigidez matutina e no relato da sensação de
dor, melhora no sono, na pontuação dos pontos dolorosos, e uma maior sensação
de bem estar. Pacientes com fibromialgia também relatam uma melhora na dor
localizada, distúrbios do sono, e na pontuação dos pontos sensíveis depois do
tratamento com ciclobenzaprina. Ambas as drogas são medicações tricíclicas
(antidepressivas), mas o ciclobenzaprina tem a habilidade adicional de reduzir
a tensão muscular, inibindo a descarga de gama eferente nos fusos musculares
Além disso, os antidepressivos
atuam inibindo a recaptação da serotonina. Como resultado, o ciclo
dor-espasmo-dor característica da SFM é quebrado, permitindo aos músculos
funcionarem mais normalmente.
Abaixo,
segue os medicamentos usados com mais freqüência na fibromialgia segundo
Leitão, (1995):
Antiinflamatórios: Os antiinflamatórios bloqueiam a ação
de prostaglandinas, que são substâncias que veiculam a dor e a inflamação. Na
fibromialgia os antiinflamatórios não são muito eficazes, porém auxiliam no
controle da dor quando em associação com outros medicamentos. Atuam também em
sintomas associados à fibromialgia como a tensão pré-menstrual, cefaléia e dor
articular. Recomenda-se que os antiinflamatórios sejam usados na fibromialgia
na abordagem de queixas dolorosas mais proeminentes. Os antiinflamatórios
apresentam efeitos colaterais possíveis, em especial quando são usados de forma
contínua.
Antidepressivos tricíclicos: Os antidepressivos tricíclicos estão
disponíveis há mais de 40 anos e constituem a primeira escolha na abordagem da
fibromialgia. Trazem benefício à curto prazo, em geral nas duas primeiras
semanas de tratamento. Os antidepressivos tricíclicos possuem ação analgésica
indireta, não causam dependência e não possuem efeito narcótico. Promovem
aumento da quantidade de neurotransmissores como serotonina, dopamina e
norepinefrina. Isso resulta em aumento na quantidade de sono profundo,
favorecimento da transmissão neuronal mediada por serotonina, potencialização
da ação analgésica das endorfinas e relaxamento muscular. Os antidepressivos
tricíclicos e seus derivados mais utilizados no tratamento da fibromialgia são
amitriptilina, ciclobenzaprina, imipramina e nortriptilina. Espera-se que o paciente
melhore logo no primeiro mês de tratamento, o qual se prolonga por um período
de aproximadamente seis meses, após o qual, procura-se reduzir a dose da
medicação, até ser possível a sua retirada.
A amitriptilina demora de
2 a 3 horas para agir e seus efeitos duram em torno de 8 horas. Portanto,
recomenda-se que essa medicação seja tomada com alguma antecedência ao deitar.
As doses recomendadas para se obter alívio da dor, relaxamento muscular e sono
restaurador são bem menores que as necessárias para a ação antidepressiva. A
ciclobenzaprina, também é muito eficiente no controle da dor muscular. Não é
propriamente um antidepressivo, mas sua estrutura molecular se assemelha à dos
tricíclicos. É considerada, um relaxante muscular de ação central; portanto não
interfere com a função muscular. Melhora o espasmo muscular, reduz a dor e
melhora a motricidade rapidamente, já no primeiro dia de uso. Além disso,
apresenta menos efeitos colaterais que os antidepressivos tricíclicos em geral.
Inibidores da recaptação da
serotonina: promovem
aumento da quantidade de serotonina entre os neurônios e, com isto, reduzem a
fadiga, melhoram o raciocínio e o ânimo do paciente. Podem atuar também sobre a
dor, pois também promovem um modesto aumento nos níveis de endorfinas. A trazodona
é considerada uma droga inibidora da recaptação da serotonina e antagonista
alfa 2. É indicada quando o distúrbio do sono for o sintoma mais proeminente.
Apresenta uma forma de atuação diferente da dos antidepressivos tricíclicos,
com maior tolerabilidade por parte do paciente e com eficácia clínica
comprovada. Reduz o número de despertares intermitentes durante o sono e
aumenta a porcentagem de sono profundo durante a noite. As drogas inibidoras
seletivas da recaptação da serotonina levam de 2 a 3 semanas para começar a
agir. Na fibromialgia, da mesma forma que os antidepressivos tricíclicos, as
doses recomendadas de inibidores da recaptação da serotonina são bem menores
que as necessárias para a ação antidepressiva. Mesmo em doses baixas possuem ação
ansiolítica. A fluoxetina é a droga-protótipo desse grupo, mas a sertralina e a
paroxetina também podem ser empregadas. Recomenda-se o uso em associação com
antidepressivos tricíclicos, mas também podem ser usadas isoladamente, desde
que se monitorem seus efeitos sobre o sono.
A FIBROMIALGIA E O
EXERCÍCIO FÍSICO
Segundo Bates & Hanson
(1998), pacientes com fibromialgia tem um nível de condição aeróbia ou
cardiovascular menor que a média e seus músculos não utilizam o oxigênio muito
bem. Como resultado, eles tendem a ficar mal-condicionados muito facilmente, o
que diminui sua eficiência cardiovascular e circulação periférica. Em muitos
casos, a fibromialgia leva a uma redução na atividade habitual, que se
sustentada, causa um ciclo de descondicionamento.
Gonderberg (2005) explica
que de fato, exercícios físicos podem trazer benefícios fantásticos,
comprovados nas últimas três décadas, mas também oferecem riscos, se não forem
muito bem orientados. Todos os pacientes devem ser submetidos a um programa de
recondicionamento físico, pois este oferece muitos benefícios como o aumento do
limiar de dor, melhora da flexibilidade e força, aumenta a serotonina cerebral,
melhora a qualidade de sono, o humor e a auto-estima, auxilia no controle do
peso, diminui a sensação de fadiga e melhora a condição cardiovascular
(FELDMAN,1998).
O que vai determinar um
resultado favorável ou não são as variáveis como a idade do paciente, grau de
condicionamento físico, intensidade do exercício e condições associadas.
Portanto, todo treinamento precisa ser personalizado. Uma vez que os pacientes
com fibromialgia freqüentemente apresentam fortes dores após os exercícios, a
intensidade e a duração devem ser inicialmente baixas e aumentadas lenta e
progressivamente como tolerado, para que os pacientes não evitem a atividade
física. Os exercícios devem ser aeróbicos e sem impacto como terapia na água,
caminhadas, bicicleta ergométrica e alongamento (BRADY & HUFF, 1999).
Para Chaitow (2002), a
atividade física deveria ter dois componentes principais: o alongamento para
aumentar a mobilidade das articulações e o condicionamento aeróbico para
aumentar o condicionamento físico. Os alongamentos deveriam ser gerais para
tratar a perda de flexibilidade e também específicos à necessidade do indivíduo.
Os exercícios devem ser feitos pelo menos três vezes por semana.
Uma vez adquirido o
hábito, melhora o condicionamento muscular e a tendência é diminuir a dor e
cortar o ciclo da dor/descondicionamento/dor. Essa é a razão pelas quais a
atividade física constitui parte fundamental no tratamento da fibromialgia, ao
lado dos medicamentos. O exercício bem feito, na medida correta, não deve
ocasionar dor.
Goldenberg (2005) expõe
outros benefícios encontrados quando se realiza a atividade física:
- Quebra do ciclo dor/descondicionamento/dor.
Lembre-se que o descondicionamento agrava a dor na fibromialgia e esta limita
ainda mais a atividade física;
- Melhora na resistência física geral e na
capacidade cardiovascular em particular. O coração e o pulmão trabalham de
maneira mais eficaz;
- Fortalecimento da musculatura. Exercícios
físicos intensificam o fluxo de sangue para os músculos, colaborando com a
mobilidade de grupos musculares que estão em contração prolongada e ainda
favorecem o alongamento dos tendões. Tudo isso beneficia o sistema
músculo-esquelético;
- Sono de melhor qualidade. A prática
regular estimula a produção do hormônio do crescimento, que aumenta o sono
profundo – justamente o que falta aos fibromiálgicos. Para isso, devem ser
realizados até seis horas antes do horário de deitar;
- Ossos mais fortes e resistentes às
fraturas;
- Melhora da coordenação motora para as
atividades diárias;
- Auxílio no controle de peso;
- Redução da depressão, alívio das
instabilidades de humor e melhora da auto-estima. A pessoa sente que tem mais
energia e disposição. Melhor ainda se o treinamento físico incluir um trabalho
específico para fortalecer a musculatura. Durante anos os exercícios de força
foram considerados dispensáveis para portadores de fibromialgia.
Atualmente, alguns
pesquisadores os recomendam como o ponto de partida para quebrar os
descondicionamento, antes de iniciar outras atividades que aumentem a
capacidade aeróbia e a flexibilidade.
Bates & Hanson (1998)
citam que exercícios de fortalecimento ajudam a reduzir as distensões
musculares. Mas o mais importante é que programa efetivo ajuda o paciente com
fibromialgia a administrar ambos, tanto os aspectos emocionais como os físicos
da enfermidade.
O fundamental é que o
exercício seja interessante e recompensador ao paciente, de modo que não se
limite a um tratamento de curto prazo, mas passe a fazer parte de sua vida.
HIDROTERAPIA
Para Routi et al. (2000),
o tratamento de hidroterapia é dirigido para um condicionamento geral,
aliviando a dor, melhorando os padrões de sono através do esforço físico e
relaxamento muscular, prevenindo e corrigindo contraturas secundárias a dor. O
calor e a flutuabilidade da água aliviam o estresse nas articulações,
principalmente naquelas envolvidas na sustentação de peso, proporcionando a
realização do exercício sem dor.
A realização do exercício
em grupo, com a presença de outros pacientes pode ajudar na disciplina para o
exercício aquático regular e a manutenção á longo prazo, já que os sintomas da
doença exigem este compromisso com o tratamento em um longo período de tempo
(CAMPION, 2000).
Bates & Hanson (1998)
explicam que exercícios em piscina aquecida são, talvez, as atividades mais
benéficas para fibromiálgicos, pois há uma falta de força concêntrica e os movimentos
são mais lentos por serem executados na água, reduzindo as chances de
microtraumas.
O objetivo do programa de
exercícios aquáticos terapêuticos para fibromialgia é ajudar a aumentar a
tolerância do indivíduo ao exercício e o nível de resistência, ganhando desta
forma melhoria geral no nível de condicionamento. À medida que o nível de
condicionamento melhora a intensidade dos sintomas, como dor após o esforço,
rigidez e fraqueza muscular diminui.
TREINAMENTO DE FORÇA
Todo treinamento de força
deve ser bem planejado e executado de forma consciente, a fim de que possa
trazer benefícios. A efetividade de um tipo específico de modalidade de força
ou sistema de treinamento depende de seu uso correto dentro da prescrição total
de exercícios ou programas de treinamento. O treinamento de força pode melhorar
o desempenho motor, provocar mudanças na composição corporal e força muscular.
Para que essas modificações sejam otimizadas, é necessário manter fiel a alguns
princípios básicos: individualidade, especificidade, progressão e sobrecarga
(BALSAMO & SIMÃO, 2005).
O treinamento de força
surge como mais uma estratégia de intervenção ou opção de tratamento no sentido
de intervir positivamente no tratamento da fibromialgia, bem como aumentando a
qualidade de vida dos indivíduos por ela afetados.
Balsamo & Simão (2005)
explicam que um programa progressivo de treinamento de força pode ser seguro,
bem tolerado e efetivo nos incrementos da força muscular, da resistência
cardiovascular e na condição física e funcional de pacientes com fibromialgia,
sem exacerbar os sintomas e também pode contribuir na redução da severidade dos
diversos sintomas da fibromialgia, o que pode ajudar a melhorar a qualidade de
vida dos indivíduos acometidos por essa síndrome.
Balsamo & Simão (2005)
apresentam aspectos
importantes para ter sucesso na precisão do treinamento de força para
fibromiálgicos:
- Monte, se possível, uma aula
específica para um grupo com indivíduos portadores de fibromialgia: a
participação em grupo ajuda a encorajar, pois o sucesso de um contagia os
demais. Lembre-se de que estes indivíduos sentem dor mesmo quando está parada,
então, a tendência é que, cada vez mais, eles diminuam seu nível de atividade
física. Isso ocorre porque imaginam que a dor pode aumentar se fizerem esforço
físico, quando na realidade, acontece o contrário, o baixo condicionamento
físico pode agravar ainda mais os sintomas da fibromialgia. Portanto, seu papel
é estimulá-lo e encorajá-los.
- Seu programa deve incluir educação
sobre a fibromialgia: esclarecimentos sobre a doença irão ajudar o seu aluno a
compreender melhor suas limitações e suas possibilidades. Seu aluno precisa se
sentir seguro e confiante. Monte um ciclo de palestras em sua academia com
especialistas no assunto a fim de enriquecer seu trabalho e para que os alunos
possam esclarecer suas dúvidas. Isso ajudará e estimulará os bons resultados.
- Estabelecer os objetivos de seus
programas: informar os alunos que o tratamento que irá propor é mais paliativo
do que curativo, pois ainda não há cura para a fibromialgia. É importante
estabelecer objetivos em curto, médio e longos prazos. Dentre os principais
objetivos do programa de treinamento, estão à redução do quadro miálgico, a
melhora do sono e da capacidade funcional, o reforço muscular, o aumento da
resistência aeróbia e o alívio do estresse.
PROGRAMA DE TREINAMENTO
PARA FIBROMIALGIA
Sugestão oferecida sobre o
programa de treinamento, levando em consideração alguns aspectos do
posicionamento Oficial do American College of Sports and Medice (2002) sobre o
treinamento de força, para adultos saudáveis. Foram feitas, porém, algumas
adaptações para a população com fibromialgia:
- Freqüência das sessões de musculação:
duas a três vezes por semana para alunos iniciantes e de quatro a cinco vezes
por semana para alunos avançados.
- Intensidade: evitar cargas
excessivas. Iniciar com um trabalho muscular em torno de 40 a 60% da carga
máxima (1RM), ou seja, um treinamento de resistência muscular localizada.
- Volume: evitar grande número de
repetições e séries extensas. Usar entre 12 a 15 repetições, com duas a três
séries por repetições. O número de exercícios deve ser reduzido e devem ser
usados exercícios, principalmente para os grandes grupos musculares no
princípio. A quantidade de exercício deverá aumentar a resposta fisiológica de
cada aluno.
- Seqüência de exercícios: colocar
primeiro os grupos musculares maiores e depois os menores e priorizar os
exercícios multiarticulares e depois os monoarticulares.
- Velocidade de contração moderada: 1-2
segundos na fase concêntrica e 1-2 segundos na fase excêntricas (lembre-se: não
enfatize a fase excêntrica).
- Intervalos: usar intervalos de
descanso maiores (60 a 120 segundos).
- Tipos de exercícios contra-indicados:
exercícios com componentes excêntricos elevados e exercícios com
pré-estiramento.
- Progressão: aumentar o peso,
gradativamente, entre 2 a 10% quando o aluno conseguir executar uma ou duas
repetições a mais do que fora proposto inicialmente.
- Respiração: usar a respiração de
forma natural ou passiva eletiva (expira na fase concêntrica e inspira na fase
excêntrica).
- Material: elástico ou garrote (reduz
o efeito da fase excêntrica), pesos livres, máquina de musculação isométrica.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Todas as pessoas precisam fazer alguma forma de
exercício para manter um condicionamento físico compatível com as atividades
que exerce. Na fibromialgia os exercícios são particularmente úteis. No entanto
nota-se que muitas pessoas com fibromialgia ficam desencorajadas a fazer
atividades físicas, poupando os movimentos nos locais dolorosos por temerem um
agravamento de seus sintomas. Esse raciocínio é errôneo, pois, por meio de
exercícios físicos, pode-se promover um relaxamento nos locais de dor, bem como
uma melhora dos sintomas e da qualidade de vida. Os exercícios físicos na
fibromialgia, além de promover um melhor condicionamento cardiovascular, atuam
sobre o sistema musculoesquelético, ou seja, favorecem a mobilidade de grupos
musculares que se encontram em contração prolongada, promovem o alongamento de
tendões, melhoram o equilíbrio durante a marcha, enfim, fazem a pessoa
sentir-se melhor e mais saudável.
Os exercícios devem seguir um roteiro
preestabelecido, de acordo com o grau de lesão, o acometimento anatômico e a
evolução da doença. Os pacientes com fibromialgia freqüentemente sentem aumento
da dor após esforço, devido a uma combinação de tensão muscular e baixa
condição aeróbia global (Leitão, 1995). Os objetivos de um programa de
Atividade Física servem para o paciente superar os efeitos da falta de
condicionamento, reduzir o medo da prática de alguma atividade, reduzir danos
físicos e capitalizar na recuperação das funções, auxiliar os pacientes a
aceitar a responsabilidade pelo aumento de sua capacidade funcional, promover
uma visão positiva da atividade no autogerenciamento da saúde, introduzir
atividades funcionais desafiadoras para a reabilitação e aumentar a atividade
física de forma segura e gradativa.
Pode-se constatar que a prescrição de um programa de
exercícios útil ajuda os portadores de fibromialgia a alcançar um aumento
gradual do condicionamento, da flexibilidade e da habilidade funcional. O tipo,
a intensidade e a duração são pontos muito importantes, cada pessoa se adapta a
uma atividade e a uma intensidade.
Pelo
estudo realizado, na Fibromialgia existem três realidades que precisam ser bem
compreendidas:
1.
Fibromialgia é uma condição complexa de dor crônica, e os tratamentos atuais
são mais paliativos do que curativos;
2.
O maior propósito dos tratamentos é incrementar a função e não abolir a dor;
3. O ciclo de dor crônica, estresse
e estímulo psicológico geralmente provocam uma série de sintomas secundários.
Depois
desta revisão na literatura, o que fica mais claro é que o caminho Holístico é a
maneira mais eficiente na busca pela melhora da qualidade de vida desses
indivíduos. A integração de diversas terapias, envolvendo diferentes áreas como
a Educação Física, Fisioterapia, Farmacologia e terapias alternativas, tem sido
o principal meio para minimizar os sintomas.
A
fibromialgia afeta e deteriora significativamente a qualidade de vida de seus
portadores e como ela se desenvolve, a ponto de debilitar a capacidade
funcional dos pacientes. O grau de impacto, seja no âmbito profissional,
familiar ou social, nos mostra que, na atualidade, essa síndrome constitui não
somente um importante problema de saúde, como também um problema
sócio-econômico. A atividade física não é só um meio de alívio da dor,
contribui também para uma restauração das funções fisiológicas, promovendo o
bem estar, a diminuição do impacto dos sintomas e, conseqüentemente, uma
qualidade de vida melhor e prolongada, a partir dos ganhos terapêuticos. Cada qual deve ser tratado de forma individual,
pois cada paciente exige tratamento especifico diferenciado, e não devemos
tratar todos iguais.
Em
relação ao sintoma principal, ou seja, dor difusa, ela pode ser aliviada com
analgésicos, porém esse tratamento tem se mostrado, em muitos casos, pouco
eficientes assim como os antiinflamatórios.
Quanto aos que afetam os receptores de serotonina e noradrenalina
(antidepressivos), esses sim, parecem demonstrar efeitos mais consistentes na
diminuição da dor, além de colaborarem com a melhora do sono, como explicado
anteriormente no trabalho.
Não
devemos esquecer nunca das atividades físicas, pois as mesmas combinadas com o
medicamento correto ajudam e muito no alivio das dores, e em certos casos, os
pacientes conseguem levar ate mesmo uma vida “comum”.
O
Treinamento de força surge como mais uma estratégia de intervenção ou opção de
tratamento no sentido de intervir positivamente no tratamento da Fibromialgia,
bem como aumentando a qualidade de vida dos indivíduos por ela afetados.
AUTORES
Fernanda Ceccato
Yara Perrone
Orientador: Luiz Roberto Innocente
Referências:
ADAMAS, N. & SIM, JULIUS.. “Rehabilitation
Approaches In Fibromyalgia. Disability and Rehabilitation”, June 2005,
27(12): 711-723.
AMERICAN
COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Progression
model in resistence training for healthy adults. Stand position. Med Sci
Sports Exerc, 34(2): 364-80,2002
BALSAMO, S.; SIMÃO, R.. “Treinamento
de Força Para: Osteoporose, Fibromialgia, Diabetes Tipo 2, Artrite Reumatóide e
Envelhecimento”. São Paulo: Phorte, 2005.
BATES, A; HANSON, N.. “Exercícios
Aquáticos Terapêuticos”. São Paulo: Ed. Manole, 1998.
BRADY,
DAVID; HUFF;. “Lew. Instant Access to Chiropratic Guidelines and Protocols”.
St. Louis: Mosby, 1999.’
CAMPION, M.R..” Hidroterapia: Principios e Pratica.” Sao Paulo: Ed. Manole, 2000,
1º Edição
CHAITOW, LEON.. “Síndrome da
Fibromialgia - Um Guia Para o Tratamento”. Barueri: Manole, 2002.
CHIARELLO,B
.DRUISSO, P. RADL,A.J.M.. "Manuais de fisioterapia- fisioterapia
reumatologica". Barueri: Manole, 2005.
CRUZ FILHO, ACHILES.. “Clínica
Reumatológica”. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1980.
FELDMAN, DANIEL. “Síndrome da
Fibromialgia – Definição, Classificação, Epidemiologia”. São Paulo: I
Congresso Paulista de Geriatria e Gerontologia GERP, 1998.
GHORAYEB, B.N. & BARROS, T. L. N. . “O
Exercício. Preparação Física, Avaliação Médica, Aspectos Especiais e
Preventivos”. São Paulo: Atheneu, 1999.
GOLDENBERG, E. “O Coração sente, o corpo dói: como reconhecer e tratar a fibromialgia”.
São Paulo: Atheneu, 2005.
GOLDIN, DOUGLAS N.. “Reumatologia
em Medicina e Reabilitação”. São Paulo: Atheneu, 1999.
KNOPLICH, JOSE.. “Enfermidades da
Coluna Vertebral – Uma Visão Clínica E Fisioterápica” . 3.ed. São Paulo:
Robe Editorial, 2003.
LEITÃO,
A. Clínica de Reabilitação. São
Paulo, Atheneu, 1995
MARTINEZ J.E.. “Fibromialgia: um Desafio Clínico”. Revista Da Faculdade de Ciências Medicas de Sorocaba. Vol.
8, n. 3 2006
MOREIRA, CAIO; CARVALHO, MARCO A.. “Noções
Práticas de Reumatologia”. Belo Horizonte: Health, 1996. V.1
RUOTI, RICHARD G.
et al.. “Reabilitação Aquática”. São Paulo: Manole, 2000.
SHEON,
Robert P. et al. Dor
reumática dos tecidos moles –
diagnóstico, tratamento, prevenção. 2. ed. Rio de Janeiro: Revinter, 1989.
SNYDER, ROBERT K.. “Tratamento Das
Doenças Do Sistema Músculo Esquelético” Rio de
Janeiro : Manole, 2000.
Sites relacionados:
Nenhum comentário :
Postar um comentário