INTRODUÇÃO
Sabemos como e
o dia-a-dia de uma criança, desde quando começa a se arrastar até quando
realizam atividades que nós adultos talvez não acreditássemos que fossem
capazes de realizarem.
É notável que
exista um contraste entre as classes sociais, fica mais evidente essa questão
quando comparamos os movimentos realizados por crianças de apartamento com
crianças de favela, onde o primeiro grupo citado se ocupa com atividades
prazerosas propiciadas pelo mundo globalizado, como por exemplo; videogames, computadores,
controles remoto entre outros. Em contrapartida, as crianças das periferias não
tem o mesmo privilégio, tem de trabalhar para sobreviver.
Às vezes falta
à escola bom senso, onde, as crianças, são impedidas de se movimentar, pois,
acreditam que sendo assim, o conhecimento será melhor assimilado, algo que não
é tão simples assim, como que uma criança que passou parte de sua vida se
movimentando ira lhe dar com essa situação?
É possível
proporcionar conhecimento às crianças sem utilizar o método proposto acima, por
isso que as crianças ainda aprendam por mais restritivo que seja o ambiente
familiar ou escolar, ainda resta um espaço de liberdade pra pensar, se mexer,
criticar, é assim que elas aprendem.
Sendo função
de a escola formar cidadãos, o método de “aprisionamento” do movimento vai
contra seus ideais, pois, em uma sociedade que queira ser livre, não deveria
privar o direito de liberdade das pessoas.
É lamentável
que o conhecimento sistematizado dos alunos desde as séries iniciais não seja visto
pela escola como algo positivo, até mesmo a Educação Física que deveria ser
especialista em atividades de movimento não leva isso em conta.
Todas as
situações de ensino deve ser algo prazeroso e que atraia o interesse das
crianças. Como fazer isso está distante de se descobrir, mais negar a cultura
infantil, é mais uma das cegueiras do sistema escolar. Corpo e mente deve
caminhar junto na mesma perspectiva, a de emancipação.
Quando o corpo
é desprezado na construção do ensino, fica inviável conceber a educação como
algo concreto, que deve ser construído através de ações práticas, pois, se isso
não ocorre, fica impossível formar o cidadão que tanto se pretende.
CAPÍTULO
1
Pedagogia do movimento na escola
de primeira infância
a) Um nome inadequado
A primeira
infância é um período da vida onde se pode viver muito intensamente. Onde as
crianças de pré-escola provavelmente nunca terminarão seu preparo, onde cada
etapa de sua vida escolar estará lhe preparando para a etapa seguinte.
O nome
pré-escola deveria ser mudado, onde, dê ideia de presente, pois, na vida vale a
pena viver cada dia como se fosse o último, poderíamos usar outros nomes como
escola de primeira infância ou jardim de infância.
O intuito dos
pais ao levarem seus filhos às escolas e creches é em muita das vezes de que
sejam bem tratados e alimentados. Com o aumento da miséria e a hipocrisia que
se vê na nossa sociedade, que se investi amplamente nessa expectativa, negam-se
aos pais condições dignas de trabalho, onde, acaba a escola sendo um meio de
suprir as necessidades básicas de sobrevivência.
A miséria está
presente em todos os segmentos da educação, desde as escolas mais carentes, até
as mais sofisticadas, miséria neste país é o que não falta.
Espera-se que
à criança de jardim cheguem à primeira série alfabetizada, os pais colocam seus
filhos na escola desde cedo para que sejam orientados, rumo à faculdade,
caminho de direção única ao sucesso.
b) Atividade corporal e brinquedo
O profissional
que for atuar na escola de primeira infância que não estiver preparado pode
atrapalhar o desenvolvimento da criança, às vezes até mesmo as crianças se
organizam melhor do que alguns profissionais.
Para
compreender como é o brinquedo da criança na primeira infância, deve-se entender
como ocorre o desenvolvimento humano, quanto mais novo a criança, mais
individual e autocentrada é seu brinquedo, chamado por Piaget de egocentrismo,
que nada mais é do que uma incapacidade momentânea da criança de descentrar-se,
isto é, deslocar-se em outro ponto de vista que não o próprio. O que não se
deseja é que essa auto-centração estenda-se por longo tempo, atravessando a
segunda infância, a adolescência e a idade adulta.
O conhecimento
da criança depende da criança depende das relações que ela faz dos outros e com
as coisas, e por conta disso, seu brinquedo em sua própria atividade, em seus
interesses.
Autocentração
é a característica da criança que entra na escola de primeira infância, e o
significado nessa primeira depende mais que qualquer outra, da ação corporal.
A
alfabetização se aprende desde sempre, independentemente de professor, nesse
processo o professor teria papel importante, mas não exclusivo. As crianças de
hoje em dia aprendem mais pelos meios de comunicação do que pelo conhecimento
passado pela escola.
2.2.2. O desenvolvimento motor
a) o papel da educação física no desenvolvimento infantil
A psicologia
infantil e depois a psicomotricidade dedicaram parte de seus trabalhos à
descrição dos movimentos que as crianças realizam ao longo do seu
desenvolvimento, como pegar, engatinhar, sugar, andar, correr, saltar, girar,
rolar e assim por diante.
Se colocar
como objetivo do trabalho pedagógico apenas enquadrar as crianças em padrões de
movimento, poderá tingir o objetivo, porém, prejudicará um entendimento mais
amplo do projeto educacional.
A Educação
Física deve atuar como qualquer outra disciplina da escola e não desintegrada
delas. As habilidades motoras dever ser trabalhadas, porém estar bem claras
quanto suas consequências, a partir do ponto de vista cognitivo, social e
afetivo.
O autor usa
uma expressão de viagem, onde, à criança antes de nascer se encontra em um
ambiente acolhedor, que ao nascer encontrará vários conflitos externos, onde
terá que se adaptar ao ambiente externo utilizando os vários recursos
existentes para sobreviver.
Do ponto de
vista motor, antes mesmo do surgimento de uma linguagem verbal, todos os
esquemas motores básicos estão formados.
É por isso que
não é justo, do ponto de vista pedagógico, investir-se na formação dos
movimentos sem levar em conta o desejo humano de compreender o mundo. A tarefa
fundamental da escola é promover o fazer juntamente com o compreender.
Aquilo que é
chamado padrão de movimento é decorrência de necessidades adaptativas no início
da vida. Antes de ser um padrão de movimento, é a expressão da inteligência não
verbal.
b) O ESQUEMA MOTOR
A criança
precisa construir seus próprios meios de transporte para empreender essa viagem
chamada vida, se não conseguir alcançar algo que se deseja deverá construir
mecanismos que as levem aos seus objetivos, mecanismos que estão à disposição,
mas para alcança-los é preciso satisfazer certas exigências. O especialista em
Educação Física deverá ser um estudioso da ação corporal, onde terá que ter a
visão de que quando alguém pegar uma bola, já não existe mais mão e bola, mas
uma fusão das duas coisas, resultando na ação.
c) O SURGIMENTO DA LINGUAGEM
Para que a
linguagem venha a acontecer, todos os esquemas motores básicos deverão ter sido
estruturados. Essas estruturas ocorrem precocemente porque envolvem funções
biológicas menos sofisticadas que outras, e para dar conta desse processo às
crianças dispõem das condutas motoras.
A linguagem é
fundamental, não só para a estruturação de um nível cada vez mais elevado de
pensamento, mas mesmo para a estruturação de outros atos motores.
d) OS PERÍODOS DO DESENVOLVMENTO INFANTIL
Piaget, Wallon
e Vygotsky, consideram a atividade motora como um meio de adaptação, de
transformação e relacionamento com o mundo. Em contrapartida Betty Flinchum,
Bryan Cratty ou Kephart veem atividade motora como uma resposta a
condicionamentos ou como estruturas pré-formadas no individuo.
Le Boulch
chama de corpo submisso as primeiras expressões da vida d criança “se parecem
mais as crises motoras que a movimentos orientados”, os reflexos arcaicos (de
sugar, agarrar) começam a ceder aos movimentos intencionais. Le Boulch chamou
esse período de etapa do corpo vivido.
Para Piaget, à
criança liberta-se dos automatismos quando as funções nervosas permitem esse
processo, com isso, aquilo que era reflexo começa a dar lugar ao aprendido.
Para Piaget o
primeiro período de vida da criança, que vai do nascimento até o surgimento da
linguagem é chamado de Sensório Motor, que possuem três estágios: reflexos,
organização das percepções e hábitos e da inteligência propriamente dita.
O segundo
período é chamado de pré-operatório, indutivo ou simbólico, a questão daí pra
frente não ser somente o fazer, mas também o compreender. É quando surge,
segundo Le Boulch, a função de interiorização, que permite à criança
conscientizar-se de aspectos de seu corpo e exprimi-los verbalmente através da
função simbólica.
O terceiro
período Piaget o denominou como sendo operatório-concreto, marcado pelo início
da cooperação e do raciocínio lógico. O fato de ser capaz de cooperar pode
mudar completamente a expressão motora da criança, pois o que se verá
nitidamente serão ações realizadas em função de uma tarefa coletiva, a criança
constrói nesse período um raciocínio lógico, coerente, diante de um problema.
O último dos
períodos de desenvolvimento descrito por Piaget é chamado de Operatório-formal
ou Hipotético-dedutivo, onde, o sujeito rompe as barreiras da realidade
concreta, da prática atual e se interessa por problemas hipotéticos, sem
relação com a realidade vivida no dia-a-dia, ou por aqueles que antecipam, com
uma ingenuidade desconcertante, as situações futuras do mundo, muitas veze
quiméricas.
e) A FORMAÇÃO DO SÍMBOLO
Para Piaget, o
símbolo é uma representação mental de objetos do meio ambiente. Por exemplo, a
imagem mental de uma árvore, o nome de um utensílio. A criança constrói
mecanismos motores sólidos e sofisticados que lhe permitem entrar em contato
com muitas das coisas que existem para se conhecer.
Uma das coisas
que explicam esse notável desenvolvimento motor que precede a linguagem, é o
fato de que o aparelho cognitivo dispõe, para dar conta dos problemas de
adaptação, unicamente de recursos sensoriais e motores.
Piaget diz que,
o real constitui-se de quatro categorias: objeto, espaço, tempo e a
casualidade. O real, segundo Piaget, não existe para o sujeito no nascimento,
mas é construído com a crescente coerência dos esquemas de assimilação, ou
seja, à medida que a criança pega, suga, rasga, joga, o objeto começa a surgir
como algo que existe no mundo alem dela.
e) O MUNDO DA FANTASIA
A criança
demonstra que começou a pensar quando inicia com as pessoas uma comunicação em
linguagem verbal, social. O que há de diferente nesta nova fase, que é a
chamada pré-escola, é a viagem pela fantasia. O pensamento, como o corpo o fora
na etapa anterior, precisa ser exercitado.
Quando não
estão envolvidas nas tarefas exigidas pela escola, as crianças realizam muitos
brinquedos simbólicos; a própria escola incluía isso entre suas atividades. O
que raramente se vê, no entanto, é uma integração entre o faz-de-conta (uma
experiência que todos nós já vivemos na infância), e a atividade concreta de
ensino da escola.
Nosso sistema
de ensino entende que a criança é um projeto de adulto e aí faz o que denunciou
Rubens Alves: obriga-a a se esquecer de seu próprio corpo, pois, só assim La se
tornará adulta precocemente.
f) O BRINQUEDO SIMBÓLICO
O autor cita o
exemplo de um professor de Educação Física que em uma de suas aulas, propôs aos
seus alunos uma viagem à lua, porém, essa viagem ocorreria traves da
imaginação, onde, no decorrer da viagem ele dava as orientações aos seus alunos
de como proceder no decorrer da viagem, ao finalizar a atividade proposta pelo
professor, Le realizou perguntas à turma, onde eles respondiam de acordo com
suas experiências construídas durante a viagem. Segundo a teoria, as crianças
tem acesso o símbolo entre um e dois anos mais ou menos.
Essa
importante conquista possibilita, portanto, que a criança comece a imaginar,
refletir, a raciocinar, conferindo-lhe essa aquisição de um saber fazer
físico ou
mental, um novo poder, o qual se posta em ação, é acompanhado de um prazer que
estimula seu exercício.
A escola não
deveria trabalhar com a criança no sentido de treiná-la para ser adulta, mas
sim no sentido de a criança construir e reforçar as estruturas corporais e
intelectuais de que dispõe. Compreender a atividade infantil capacita o
professor a intervir para facilitar o desenvolvimento da criança.
O brinquedo
simbólico é tão rico para o desenvolvimento da criança que uma análise
superficial nem de longe chega a apreender todas as suas possibilidades no
brinquedo simbólico a ação vai e vem incessantemente, da ação do pensamento,
modificando-se em cada trajeto, até que as representações do indivíduo possam
se expressar de forma cada vez mais compreensível no universo social.
O autor sugere
alguns meios de se atingir algumas finalidades no desenvolvimento da criança,
como: Jogo dos opostos, onde a missão das crianças é realizar o contrário do
que se pede; Brincando de trânsito, os alunos criam mecanismos para representar
o trânsito, respeitando as regras, sinais, imitando os sons dos automóveis,
trabalhando dessa maneira questões espaciais e também relações de lateralidade;
Brincando de Circo, essa atividade exercita muito a imaginação das crianças,
onde se criam através da imaginação barreiras a serem vencidas, desenvolvendo o
equilíbrio corporal durante o percurso fictício; Brincando de esconde-esconde,
cujo seu conteúdo educativo é riquíssimo, o professor pode verificar através
desta atividade o nível de desenvolvimento da criança, especialmente m relação
à imagem corporal e à socialização.
2.3. O MATERIAL PEDAGÓGICO
Qualquer
material pedagógico será mais rico se for variado. Como o único objetivo da
escola não é desenvolver o pensamento lógico-matemático é bom lembrar que o uso
de materiais a seguir segue a perspectiva de desenvolver outros componentes
humanos, tais como: afetividade e a motricidade. Desenvolver a motricidade não
e apenas apresentar maior
rendimento em
determinadas habilidades, e sim adquirir melhores recursos para se relacionar
com o mundo dos objetos e das pessoas.
2.3.1. Sugestões de alguns materiais
PNEUS: através deles podem ser
construídos balanços, carros, trens e outros.
CAIXAS DE PAPELÃO: podem ser
desmanchadas e transformadas em e três grupos de figuras: cubos,
paralelepípedos e pirâmides, que podem ser trabalhados pelos professores de diversas
maneiras.
LATAS: podem ser utilizadas de
diversas maneiras, uma lata vazia rola com velocidade diferente de outra que
esteja meio cheia, podem se transformar num carrinho, uma pilha de latas, num
castelo, entre outros.
BOLAS DE MEIA: podem ser construídas
com o auxílio das crianças, onde elas trazem meias, podendo ser preenchidas com
areia, plásticos e papeis, desse modo às crianças aprendem a importância de
construir algo que elas mesmas vão utilizar. A criança demonstra possuir a
noção de conservação quando compreende quem uma transformação qualquer no
objeto não acarreta necessariamente alterações nas demais características do
objeto
GARRAFAS DE PLÁSTICO: através das
garrafas podem ser construídos diversos brinquedos, elas podem ser pintadas,
utilizadas com meio das crianças descobrirem se estão cheias ou vazias, jogos
de desafio, construção e em outros.
SACOS DE ESTOPA: os sacos podem ser
utilizados de diversas maneiras desde a famosa corrida de sacos até as mais
diferentes fantasias infantis.
TAMPINHAS DE GARRAFA: geralmente são
utilizadas para compor materiais de construção, transformam-se facilmente em
outros brinquedos nas mãos das crianças, elas as arremessam, lançam em direção
de outros objetos.
OUTROS MATERIAIS: podem ser utilizados
também; jornais velhos, toquinhos de madeira, aros de borracha e plástico,
saquinhos de areia etc. lembrando que também podem ser utilizados materiais
tradicionais, como; plintos, bancos suecos e colchões de ginástica e
espaldares.
O importante é
compreender as possibilidades de utilização de materiais variados em Educação
física, e não aceitar apenas as prescrições que alguém possa fazer.
2.3.2. A criatividade do professor
Existem
inúmeras brincadeiras que deixam de serem aplicadas pela ausência de material,
é ai que o professor criativo faz a diferença. Em muitos dos casos alguns
professores trabalham determinadas atividades sem ao menos saber a finalidade
que se pretende chegar. O que falta nas escolas, na maioria das vezes, não é
material e sim criatividade, que por sua vez não é muito trabalhada na formação
dos profissionais da área. O autor faz uma crítica nas instituições de formação
de profissionais ligados à educação, onde ele defende que os alunos deveriam
ser estimulados a analisar atividades lúdicas, a criticá-las, envolvendo-se
eles mesmos nas atividades.
2.3.3. o jogo de construção
A criança, a
partir dos cinco anos de idade, mais ou menos, começa a manifestar uma
preocupação crescente em realizar com exatidão as construções materiais que acompanham
os jogos de que participa.
A
intermediação entre os símbolos e a realidade concreta se dá pela atividade
corporal. À medida que se refinam os mecanismos de relações com o meio, também
se refinam os conhecimentos acerca do próprio corpo.
O jogo, como o
desenvolvimento infantil, evolui de um simples jogo de exercício, passando pelo
jogo simbólico e o de construção, até chegar ao jogo social final. No primeiro
deles, a atividade lúdica refere-se ao movimento
corporal sem
verbalização, o segundo é o faz-de-conta, a fantasia, o jogo de construção é
uma espécie de transição para o jogo social. Por fim, o jogo social é aquele
marcado pela atividade coletiva de intensificar trocas a consideração pelas
regras.
O professor
deve sempre conversar com as crianças sobre as construções por elas realizadas
durante o jogo. Essa forma de verbalização é um importante fator de tomada de
consciência, pelas crianças, de suas ações. No jogo de construção, a criança
apresenta as marcas de seu desenvolvimento no rumo de níveis elevados de
socialização e de cognição.
3. CAPÍTULO 2
PEDAGOGIA DO
MOVIMENTO NA ESCOLA DE SEGUNDA INFÂNCIA
Essa questão
que abre o capítulo nos dá duas opções de resposta. A primeira diz que quem
deve dar aula de educação física é a professora de sala, ou seja: a mesma
professora que ministra as outras matérias. O motivo é que desta forma não
haveria a fragmentação do conteúdo.
A segunda
opção é o professor de educação física que foi formado para exercer esta
atividade, porém há o risco de fragmentação do conteúdo além.
O autor deixa
claro que se a professora de sala puder dar aula de educação física com
competência certamente que esta seria a mais apropriada, o mesmo vale para o
profissional de educação física, se este for apto será o mais apropriado. A
discussão não existe para obter um vencedor e sim para que as crianças tenham a
melhor educação.
Muitos são
unanimes ao dizer que a educação física é importante na escola de 1º grau,
porém, não dão argumentos sólidos para a defesa dessa disciplina escolar. O
autor nos diz que para a criança fixar o conhecimento é preciso que o conteúdo
explicado a ela faça parte do seu dia-a-dia de uma forma que ela entenda e não
o esqueça. A educação física consegue facilmente obter essa fixação de conteúdo
através dos jogos e brincadeiras.
No livro são
sugeridas varias atividades simples e de fácil realização que aplicadas
pedagogicamente podem desenvolver as habilidades motoras das crianças. Foram
sugeridas atividades com corda, arco, bola, latas, copos e garrafas plásticas
junto com suas variações.
Mostrando as
crianças que com objetos simples do seu dia-a-dia é possível brincar, e esse
“brincar” para o professor se transforma em seu trabalho.
CAPÍTULO 3
COMO COMEÇAR E
POR ONDE IR?
Deve-se partir
do mundo da criança que muitas vezes é desprezado na escola. Pensa-se que a
criança vem vazia e a escola deve enchê-la de conhecimento, o que está
equivocado porque o mundo infantil é vasto de conhecimento. Uma boa forma de
iniciar é perguntando a criança o que ela conhece de determinada atividade.
Hoje em dia é
possível que a criança aprenda mais com os meios de comunicação do que na rua
brincando como se via nas décadas de 40 e 50. Entretanto o professor pode usar
isso em favor da aprendizagem e do desenvolvimento.
Uma boa
proposta pedagógica deve dar desafios à criança e o incentivo para superá-los.
CAPÍTULO 4
A RESPEITO DO
JOGO
Piaget em suas
pesquisas sobre gênese do conhecimento diz que há três tipos de jogos, que são:
jogo do exercício, jogo simbólico e jogo de regras. Sendo que os jogos não
devem ser ignorados pelos educadores. Os jogos de exercício são os primeiros a
serem identificado na criança, esse jogo existe antes mesmo desta saber falar.
É quando uma criança repete um movimento não necessário naquele momento por
puro prazer. Os jogos simbólicos podem ser traduzidos na faz-de-conta, as
brincadeiras fictícias onde são utilizados símbolos do cotidiano infantil e
fantasiados por elas. Já os jogos de regras são os mais desenvolvidos, quando a
criança já tem certa habilidade, motora de correr, saltar etc. esses são jogos
socializados porque acontecem em sua maioria em grupo, por isso das regras.
Jogos são
importantes no desenvolvimento infantil, estes não são apenas uma atividade sem
fundamento, contribui para o desenvolvimento motor e social da criança.
CAPÍTULO 5
SISTEMA
COGNITIVO
Cognição é o
ato ou processo de conhecer, ou o conjunto dos processos mentais usados no
pensamento, na percepção, na classificação e na compreensão para o julgamento
através do raciocínio baseado no aprendizado. Assim, cognição, mais do que
conhecer, é a capacidade ativa de construir conhecimento, significa a aquisição
de conhecimento através da percepção, mas ainda está longe o dia em que seja
completamente entendida.
Segundo o
dicionário Aurélio, o pensamento é o processo mental que se concentra nas
idéias, ou o poder de formular conceitos. Aliado às propriedades cognitivas, o
pensamento é um processo que implica em manipulação das percepções e dos
conhecimentos, resultando em comportamentos direcionados a resolver problemas
ou dirigidos em busca de soluções.
Sabe-se que
não é fácil entender a formação do pensamento de uma criança. Temos como
exemplo o experimento de Piaget, apresentam-se a uma criança dois copos altos e
estreitos com o mesmo tanto de água em ambos e pergunta-se a ela se a
quantidade de liquido é a mesma nos dois ou se um deles contem mais do que o
outro. A criança, após comparar visualmente a quantidade de liquido de um copo
com a do outro, acaba por afirmar a igualdade. Em seguida, o experimentador
passa para um outro copo, baixo e largo, a água de um dos copos altos. Pergunta
então à criança se a quantidade de liquido continua a mesma, tanto no copo
estreito como no copo largo, ou se agora um deles contém mais. Se a resposta
for sim, pode-se constatar que a criança resolveu o problema e demonstrou ter
noção de conservação de quantidades. Nesse sentido a criança ao pensar sobre
para que se possa fazer o caminho de volta até o inicio da ação, quando lhe foram
mostrado dois copo iguais, neste caminho ela verificará que não foi retirado
nem acrescentado água durante a ação e pode concluir que deve haver o mesmo
tanto de água nos copos sendo diferente.
Contudo para
desenvolver o cognitivo delas, brincadeiras como: amarelinha, dia e noite,
pega-pega, são muito significativas, pois, são atividades simples como essas
que auxiliarão no pensamento lógico de criança.
CAPÍTULO 6
MOTRICIDADE
A Motricidade
é o principal canal de comunicação, expressão e criação para a criança,
favorecendo no seu comportamento social. Através da comunicação, expressão e
criação motora, estaremos dando a criança um desenvolvimento harmônico.
Qualquer criança que alcance a capacidade de comunicar é um sujeito aberto aos
outros, que pode trabalhar e criar com eles, afirmando-se como indivíduo dentro
do grupo social.
Atividades
como: corrida (pega-pega, aposta de corridas, corrida simples, corrida com
obstáculos), saltos (salto em distancia, salto em altura, pular corda), giros
(corrida de estafeta com giros), atividades de lançamento (estourar balões) são
através de atividades básica como essas e de extrema importância no
desenvolvimento da criança, que consegui-se trabalhar a motricidade.
CAPÍTULO 7
A QUESTÃO DA
COMPETIÇÃO
Algumas pessoas
ligadas à educação física começaram a analisar a idéia de que as aulas de
educação física na educação infantil não eram desejáveis, devido os jogos que
trabalhavam a competição.
Sabemos que a
competição não nasce no jogo propriamente dito, a competição entre os
indivíduos, pode ser visto em aulas de matemática, português, etc.. Como por
exemplo, quem termina primeiro o exercício. A competição está inserida na
sociedade em que vivemos, não podemos colocar a culpa apenas nos jogos. Jogo e
competição são interligados, o jogo tem sempre um objetivo e é através desse
objetivo que a competição aparece.
A
competitividade está inserida na sociedade em que vivemos com isso a competição
acaba sendo indispensável na educação infantil ou em qualquer outra.
Lembrando que
no fim das atividades competitivas, sempre tem um vencedor e um perdedor, é
nesse momento que o professor tem que saber lidar com os dois casos, para que
não haja descriminação para nenhum desses.
Neste capitulo
o autor da alguns exemplos de atividades, sugerindo algumas alterações; essas
alterações visam à independência das crianças nas atividades, fazendo com que
elas se organizem com a divisão dos grupos, definem e discutem as regras do
jogo.
Grandes
autores como JEAN CHATEAU e PIAGET, defendem as atividades de competição, eles
vêem como um elemento constitutivo da atividade lúdica da criança, assim visto
por eles como papel fundamental para a cooperação.
CAPÍTULO 8
SOCIALIZAÇÃO
Pais e
professores têm que compreender as dificuldades encontradas nessa idade, da
primeira infância; para as crianças essa fase é complicada, pois elas estão em
fase de modificações constantemente.
O
desenvolvimento de uma criança para outra depende de fatores biológicos,
sociais, econômicos, ecológicos, culturais etc. Com isso, crianças com a mesma
idade pode estar em estágios de amadurecimento diferentes.
O professor
não tem que agir apenas para submeter as crianças as regras adultas, mas sim,
estimular a utilizar como um recurso de socialização.
A escola por
sua vez, acaba não colaborando com a socialização dos alunos, pois acabam
impondo regras, atividades individuais e exigindo que os mesmos fiquem presos a
carteiras de sala de aula. Isto acaba não sendo tão adequado para uma
socialização eficiente.
O autor dá algumas
dicas de atividades para trabalhar a socialização, por exemplo: pedir às
crianças que se organizem em grupos; propor qualquer jogo, sem estabelecer
regras.
Ele conclui
que os professores não pode ter medo da bagunça nas aulas, pois deixar as crianças
estabelecer as regras é um exercício de autonomia, independência e cooperação
entre as mesmas.
CAPÍTULO 8
AFETIVIDADE
O autor se
arrisca em dizer que a culpa da ausência de aulas de educação física na escola
primária, é do professor, pois ele não está preparado afetivamente para esse
contato com os alunos. Se os professores de sala fossem mais carinhosos,
vibrantes e competentes, talvez a realidade fosse outra.
Essa falta de
afetividade dos professores em aula acaba contribuindo com as agressividades
das crianças.
O autor cita
atividades feitas com algumas crianças, entre sete a oito anos; atividades como
‘O urso pegador’ onde o professor era o urso e os alunos tinham que acordá-lo
da toca e capturar; no início da brincadeira as crianças ainda tímidas,
começaram a dar pequenos pontapés e tapas, para tentar acordar o ‘urso’, depois
elas começaram a ser mais agressivas, depois de um tempo o ‘urso’ se mostrou
cansado e as crianças caçaram e ‘mataram’ o urso.
Conclui então
que ao mesmo tempo que as crianças tinham um ‘corpo a destruir’, era o
professor amigo que estava ali, apanhando. No fim do semestre as crianças não
queriam mais brincar de ‘urso pegador’ pois, o professor ficava muito cansado,
segundo as mesmas; foi onde ficou mais evidenciada a questão da afetividade das
crianças.
O professor
tem que ter disponibilidades corporais, ou seja, aceitar o contato físico das
crianças, serem mais afetivo, carinhoso e compromissado, com aquilo que faz.
O autor
procura expor nesse capítulo a forma como que a Educação Física vem sendo
relacionada de acordo com as outras disciplinas, a visão com que a escola atual
tem sobre esta questão, do espaço, da aprendizagem. A importância do movimento
corporal é entendida para todos dentro do âmbito escolar, mas não é fácil para
o professor de Educação Física dar prova disso e mostrar o quão importante se
torna sua disciplina em relação a outras disciplinas.
O ensino de
outras disciplinas como por exemplo, português, matemática, ciências entre
outras é indiscutível a sua importância na aprendizagem do ser humano, qualquer
pai questionaria a escola se alguma dessas disciplinas não fossem ensinadas aos
seus filhos, porém, se a Educação Física não estiver sendo apresentada aos
alunos, tão poucos se importariam com isso e está é uma boa parte da realidade
do que vem acontecendo. O conteúdo da Educação Física pode ser trabalhado ao
lado de outras disciplinas, desenvolvendo atividades físicas e intelectuais
lado a lado, seja em qualquer momento da aprendizagem, e está é a questão aqui
levantada.
Algumas
brincadeiras podem relacionar a Educação Física perfeitamente com outras
disciplinas e aprimorar o aprendizado das crianças com uma taxa de
desenvolvimento psicológico e físico perfeitamente. Como por exemplo, pular
corda e envolver o português e a matemática na brincadeira, como contar números
enquanto pula, separar palavras por silabas em cada pulo que o aluno der,
diversas maneiras pode se aplicar a uma brincadeira com tantas possibilidades e
maneiras de se aplicar.
Os aspectos de
legislação brasileira sobre Educação Física compõe alguns decretos que os
colaboradores pensavam a respeito da Educação Física. De inicio, decretos como
do tipo que meninos e meninas deviam fazer aula de Educação Física separados,
salvo as aulas dentro de sala de aula que isto não valia, apenas nas aulas de
Educação Física. Os motivos pelo qual era apresentado, consistia em, meninos
são mais fortes que meninas, meninas correm menos do que os meninos, meninas
não sabem jogar bola, entre outros argumentos. Ao levantar essas regras, era
visível que aí estaria sendo
levantado um
tipo de preconceito com a separação, algo que contribuiria para um problema
maior, aliás, preconceito está em alta e quanto menos motivos seria melhor para
a humanidade. Qualquer aula de Educação Física com meninos e meninas separados
ou juntos haveria uma diferença entre os alunos, desde que fossem do mesmo sexo
ou não, por uma questão biológica, cada ser humano reage de uma forma diante
certo tipo de atividade física ou qualquer outro tipo de atividade que envolve
um grupo de pessoas. Sendo assim a Educação Física passa a ser trabalhada com
os dois sexos juntos, e a partir daí, o professor deve identificar, verificar e
aplicar atividades e intervenções para um grupo que mesmo alguns se destacando,
mas que todos possam usar daquele para seu desenvolvimento em conjunto e
individualmente.
Outra questão
aqui levantada, seria o espaço dentro da escola onde a Educação Física pode ser
trabalhada e desenvolvida de acordo com a necessidade dos alunos. Atividades
que com pouco espaço podem ser desenvolvidas de forma com que possa atingir um
objetivo de uma atividade que seria necessário muito espaço para ser
trabalhado.
Assim, a opção
da Educação Física ficou pelas atividades formativas (abdominais, flexões,
saltitamentos etc.) que exigem um mínimo de espaço e o máximo de obediência;
pelas vozes de comando, que conferem ao professor um poder no estilo militar
sobre os alunos, e pelo controle sobre os jogos, adaptados para que o
ordenamento em fileiras, colunas, e a ordem de execução possam ser garantidos.
Se o enquadramento disciplinar em sala é tão evidente pela própria disposição
dos objetos e das pessoas, na Educação Física ele é mais sútil, exigindo um
conjunto de regras mais sofisticado. O papel que a Educação Física cumpre nessa
questão disciplinar – do qual a legislação é apenas um indicio, quando
recomenda separações por sexo, por aptidão física, por localização espacial,
mereceu ate hoje poucos estudos, tornando-se, por isso mesmo um campo fértil de
pesquisas para aqueles que vierem a se interessar pelo assunto.
CONCLUSÃO
As atividades
corporais na pré-escola são de fundamental importância para o desenvolvimento
das crianças, os brinquedos utilizados nas atividades também tem grande contribuição
nesse processo, à orientação dos jogos realizados dentro do âmbito escolar deve
ser diferente daquele realizado fora dela. Todas as atividades de
desenvolvimento poderiam ser desenvolvidas dentro do jogo, aproveitando seu
caráter lúdico, porém, não é assim que funciona. Lembrando antes de tudo que as
crianças são seres humanos, foram feitas para serem educadas e não adestradas.
Na verdade, o que a escola deve buscar não é que a criança aprenda esta ou
aquela habilidade para saltar ou para escrever, mas que através dela ela possa
se desenvolver plenamente.
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